Washington, 17 ago
- Documentos da CIA confirmam a existência da base militar secreta "Área
51", no Nevada, Estados Unidos, nos anos 1950 mas não referem a existência
de extraterrestres ou Objetos Voadores Não Identificados (OVNI).
Os documentos dos
serviços de informações dos Estados Unidos agora desclassificados foram obtidos
pela Universidade George Washington e incluem pela primeira vez uma referência
oficial sobre o local criado sob as ordens do presidente Dwight Eisenhower em
meados dos anos 1950, em plena Guerra Fria.
O secretismo sobre
o local conhecido como "Área 51" deu origem a teorias que indicavam
que se encontravam escondidos no local extraterrestres e restos de OVNIs, tendo
sido na realidade uma base de treino para os aviões espião U-2.
Os documentos da
CIA revelam o programa de concessão e aperfeiçoamento dos aviões espião dos
Estados Unidos numa altura em que o presidente Eisenhower aprovou o uso do
deserto do Nevada para as experiências e testes ao avião militar U-2 que tinha
uma grande autonomia e a capacidade de voar a grandes altitudes, evitando o
radar ou qualquer meio de deteção.
Ao longo das
décadas, a existência da "Área 51" deixou de ser um segredo mas o
facto da administração norte-americana nunca ter reconhecido a existência da
base militar utilizada para experiências aeronáuticas com aparelhos nunca
vistos à época deu origem a uma série de teorias entre as quais as que referiam
o contacto com tecnologia extraterrestre.
Uma das mais
famosas lendas relacionadas com o local -- o Caso Roswell -- defendia que os
restos de uma nave extraterrestre que se tinha despenhado em Roswell, no Novo
México, em julho de 1947 tinham sido transportados para a "Área 51".
Outro relato que
faz parte da coleção de teorias da conspiração relacionadas com o local dava
conta de experiências sobre tolerância à radiação efetuadas em prisioneiros de
guerra japoneses, utilizados como cobaias humanas, durante a Segunda Guerra
Mundial antes do lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagazaki, no
Japão, em agosto de 1945.
Uma grande parte do
material divulgado pela Universidade George Washington já era conhecido dos
investigadores mas, segundo a universidade, o "facto mais notável" é que
pela primeira vez o nome "Área 51" é utilizado em documentação
oficial.
Em abril de 1955,
os militares que planeavam a construção de um avião espião sobrevoaram o
deserto do Nevada em busca de um local para os ensaios secretos e escolheram
uma zona do deserto de sal que segundo os documentos agora tornados públicos
tinha o nome Groom Lake.
A mesma zona tinha
sido utilizada durante a Segunda Guerra Mundial como área de armazéns da
artilharia aérea e foi então escolhida como local de provas dos aviões espião
U-2 e para o treino dos respetivos pilotos e tripulações.
Os primeiros testes
com os U-2 aconteceram em agosto de 1955 e no mesmo local realizaram-se ensaios
com outros aparelhos como o A-12 e o D-21.
Os aviões espião
U-2 tinham como objetivo vigiar a União Soviética e os países satélites de
Moscovo.
Apesar da passagem
dos anos, a área no deserto do Nevada continua vedada e o espaço aéreo fechado
a aeronaves civis.
Os documentos da
CIA agora divulgados incluem numerosas referências à "Área 51", um
mapa e os nomes de todos os pilotos das missões U-2, com datas e rotas dos voos
sobre a ex-União Soviética.
Os documentos fazem
também referência a operações U-2 sobre a Índia entre 1962 e 1967 e a missões
de sobrevoo da China em 1962.
PSP // SMA - Noticias
Ao Minuto/Lusa
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