sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Ex-PR vai concorrer às presidenciais na Guiné Bissau e quer ganhar com 80% dos votos

 

 
O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau disse ontem, quinta-feira (09), em conferência de imprensa, proferida na capital portuguesa, Lisboa que vai apresentar a candidatura às eleições presidenciais previstas para Novembro próximo, mostrando-se confiante de que ganhará as eleições com 80 porcento (%) dos votos.
 
“Eu não vou ganhar as eleições com 49%, vou ganhar com 80% desta vez”, disse Carlos Gomes Júnior, deposto num golpe de Estado a 12 de Abril de 2012, dias depois de passar à segunda volta das presidenciais após obter 49% dos votos na primeira.
 
Numa conferência de imprensa num hotel em Lisboa, onde foi recebido de pé e com aplausos por mais de uma centena de elementos da comunidade guineense, o político anunciou que decidiu regressar ao seu país, de onde se exilou após o golpe de Estado do ano passado.
 
À pergunta sobre se irá apresentar a sua candidatura às eleições gerais de 24 de Novembro deste ano, Gomes Júnior afirmou já ser “o primeiro candidato”.
 
“Eu sou o número um, ganhei as eleições com 49%. Sou o primeiro. Os outros vêm perfilados atrás”, disse o político, arrancando uma sonora gargalhada da plateia.
 
Gomes Júnior frisou aos jornalistas que essas eleições “foram confirmadas pelo Supremo Tribunal de Justiça e não foram anuladas”.
 
“Não sendo anuladas sou o candidato número um”, afirmou.
 
Sem anunciar uma data para o regresso, disse, no entanto que estão a ser criadas para tal, sublinhando ter “as malas prontas”. Na ocasião mostrou-se desejoso que poder assistir já em Bissau à festa da Independência, a 24 de Setembro.
 
Questionado sobre se há condições de segurança para regressar, uma vez que o país é dirigido por um Governo de transição saído do golpe de Estado que o depôs, Gomes Júnior recordou declarações recentes do secretário-geral-adjunto da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic.
 
O responsável das Nações Unidas, lembrou o dirigente guineense, anunciou ter obtido do Governo de transição garantias de que “estão criadas todas as condições para um regresso incondicional de todos os filhos da Guiné-Bissau”.
 
De recordar que a Guiné-Bissau vive um período de transição desde o golpe de Estado que, a 12 de abril do ano passado, afastou o governo eleito.
 
O Presidente interino, Raimundo Pereira (que ocupava o cargo na sequência da morte do Presidente eleito Malam Bacai Sanhá), e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram afastados e estão desde então em Portugal.
 
Em maio do ano passado foi constituído um governo de transição para conduzir o país até às eleições, que deviam realizar-se no prazo de um ano. Atrasos vários no processo levaram a que o período de transição fosse estendido até ao final deste ano.
 
As eleições gerais (presidenciais e legisltaivas) estão agora agendadas para 24 de novembro e são já conhecidos três candidatos: Carlos Gomes Júnior, o ex-diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa Hélder Vaz e a o antigo ministro da educação da Guiné-Bissau Tcherno Djaló.
 

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