O País (mz)
“Por vezes,
ficávamos três a quatro dias sem aulas, porque os professores e alunos fugiam
das escolas do distrito por medo de um possível conflito armado”.
A presença do líder
da Renamo, Afonso Dhlakama, e de seus homens armados na região de Santungira,
no posto administrativo de Vundúzi, no distrito de Gorongosa, a norte da
província de Sofala, está a preocupar as autoridades daquele distrito, pelo
facto de estar a comprometer o cumprimento de algumas metas do plano de
desenvolvimento daquele distrito.
De acordo com o
administrador do distrito de Gorongosa, Paulo Majacunene, desde que o líder da
Renamo e os seus homens fortemente armados se instalaram na região de
Santungira, em meados de Outubro do ano passado, as populações têm receio de
desenvolver as suas actividades normais.
Esta situação,
conforme explicou Majacunene, afecta sobretudo o sector de Educação, que teve
um desempenho negativo, pelo facto de a população viver intimidada com os
pronunciamentos de Afonso Dhlakama de retorno à guerra. “por vezes, ficávamos
três a quatro dias sem aulas, porque os professores e alunos fugiam das escolas
do distrito por medo de um possível conflito armado”, disse o governante.
A fonte acrescentou
que a presença dos homens armados da Renamo e do seu líder afecta também o
sector de agricultura. Segundo Paulo Majacunene, a região de Santungira, no
posto administrativo de Vundúzi, é potencialmente agrícola, mas as populações
não têm como escoar os seus produtos, pelo facto de os homens armados da Renamo
não permitirem a circulação de viaturas naquela zona. “Alguns camponeses têm de
percorrer mais de 10 quilómetros a pé, com os produtos à cabeça, até a uma
região onde os carros param, porque têm medo de ir ao interior por causa da
presença de homens armados”, revelou Majacunene.
O administrador de
Gorongosa disse ainda que o plano de reabilitação de estradas naquela região
não está a ser cumprido devido à presença de homens armados da “perdiz“, pois
os empreiteiros a que foram adjudicadas as obras dizem que, enquanto aqueles
homens estiverem lá, têm receio de pôr as máquinas e seus trabalhadores a
reabilitar as estradas.
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