sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Moçambique: PRESENÇA DE DHLAKAMA ATRAPALHA GOVERNAÇÃO EM GORONGOSA

 

O País (mz)
 
“Por vezes, ficávamos três a quatro dias sem aulas, porque os professores e alunos fugiam das escolas do distrito por medo de um possível conflito armado”.
 
A presença do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e de seus homens armados na região de Santungira, no posto administrativo de Vundúzi, no distrito de Gorongosa, a norte da província de Sofala, está a preocupar as autoridades daquele distrito, pelo facto de estar a comprometer o cumprimento de algumas metas do plano de desenvolvimento daquele distrito.
 
De acordo com o administrador do distrito de Gorongosa, Paulo Majacunene, desde que o líder da Renamo e os seus homens fortemente armados se instalaram na região de Santungira, em meados de Outubro do ano passado, as populações têm receio de desenvolver as suas actividades normais.
 
Esta situação, conforme explicou Majacunene, afecta sobretudo o sector de Educação, que teve um desempenho negativo, pelo facto de a população viver intimidada com os pronunciamentos de Afonso Dhlakama de retorno à guerra. “por vezes, ficávamos três a quatro dias sem aulas, porque os professores e alunos fugiam das escolas do distrito por medo de um possível conflito armado”, disse o governante.
 
A fonte acrescentou que a presença dos homens armados da Renamo e do seu líder afecta também o sector de agricultura. Segundo Paulo Majacunene, a região de Santungira, no posto administrativo de Vundúzi, é potencialmente agrícola, mas as populações não têm como escoar os seus produtos, pelo facto de os homens armados da Renamo não permitirem a circulação de viaturas naquela zona. “Alguns camponeses têm de percorrer mais de 10 quilómetros a pé, com os produtos à cabeça, até a uma região onde os carros param, porque têm medo de ir ao interior por causa da presença de homens armados”, revelou Majacunene.
 
O administrador de Gorongosa disse ainda que o plano de reabilitação de estradas naquela região não está a ser cumprido devido à presença de homens armados da “perdiz“, pois os empreiteiros a que foram adjudicadas as obras dizem que, enquanto aqueles homens estiverem lá, têm receio de pôr as máquinas e seus trabalhadores a reabilitar as estradas.

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