Segundo um estudo
da Transparência Internacional, publicado esta terça-feira (09.07.), oito dos
dez países com maior volume de suborno do mundo são africanos. Moçambique é o
único dos PALOP que consta no documento.
53% da população
mundial não confiam na transparência das instituições que os representam e
acreditam que a corrupção tem vindo a agravar-se desde o início da crise
financeira e económica global. De acordo com o Barómetro Global da Corrupção
2013, publicado pela organização independente Transparência Internacional, 51%
dos entrevistados consideram que os partidos políticos são os mais corrompidos,
31% acreditam ser a polícia e 24% destacam o Poder Judiciário como o menos
transparente – justamente as instituições que se deveriam dedicar à erradicação
da corrupção.
O estudo mostra que a situação piorou em 83 países, comparativamente com os dois anos anteriores, e que apenas melhorou em 13 estados, revelando ainda que 27% dos inquiridos admitiram terem pago subornos a membros de serviços públicos ou privados no último ano, valores que não revelam qualquer melhoria relativa às pesquisas de anos anteriores.
"Moçambique é um caso preocupante"
O estudo mostra que a situação piorou em 83 países, comparativamente com os dois anos anteriores, e que apenas melhorou em 13 estados, revelando ainda que 27% dos inquiridos admitiram terem pago subornos a membros de serviços públicos ou privados no último ano, valores que não revelam qualquer melhoria relativa às pesquisas de anos anteriores.
"Moçambique é um caso preocupante"
A Transparência
Internacional estabelece uma relação entre pobreza e corrupção ao indicar que
oito dos dez países com taxas de pagamento de subornos mais elevadas são países
africanos. Uma das principais inquietações para Chantal Uwimana, diretora do
departamento africano da organização, é o facto de “uma em cada quatro pessoas
afirmar que continua a sentir-se obrigada a pagar luvas”, o que, segundo
Uwimana, “permanece uma preocupação”. Ao mesmo tempo, “temos cada vez mais
cidadãos comuns, jovens, mulheres e homens, a envolver-se na luta contra a
corrupção, jovens determinados a lutar para que a situação não se mantenha como
está”.
Segundo o documento, os níveis de corrupção em Moçambique subiram na perspetiva dos moçambicanos. Segundo Baltazar Fael, do Centro de Integridade Pública, CIP, “não se pode dizer que o país não esteja a fazer nada para combater a corrupção”, mas, por outro lado, “há um vazio nas políticas públicas de luta contra [o fenómeno]”. De acordo com o pesquisador, “a estratégia de combate à corrupção anterior terminou e, neste momento, o país ainda não tem uma nova estratégia” que a substitua.
Medo impede denúncia
Segundo o documento, os níveis de corrupção em Moçambique subiram na perspetiva dos moçambicanos. Segundo Baltazar Fael, do Centro de Integridade Pública, CIP, “não se pode dizer que o país não esteja a fazer nada para combater a corrupção”, mas, por outro lado, “há um vazio nas políticas públicas de luta contra [o fenómeno]”. De acordo com o pesquisador, “a estratégia de combate à corrupção anterior terminou e, neste momento, o país ainda não tem uma nova estratégia” que a substitua.
Medo impede denúncia
Diante destes
números, quase metade dos inquiridos acrescentou que denunciar um caso de
corrupção não resulta em nenhuma punição, enquanto que 35% das pessoas ouvidas
afirmaram não o fazerem por terem "medo das consequências". Em
Moçambique, a descrença no aparelho judicial e policial também é elevada e,
para Baltazar Fael, “sobretudo as polícias de trânsito e das alfândegas
aparecem no topo”, assim como “o aparelho judicial não é de confiar, porque,
muitas vezes, o executivo acaba por influenciar aquilo que é a atuação do
judicial”.
Entre os países que apresentaram perspetivas otimistas encontram-se, entre outros, o Azerbeijão, o Sudão, o Sudão do Sul, o Cambodja, as Ilhas Fiji, a Geórgia e o Ruanda, entre os piores, a Argélia, o Líbano, a Nigéria, a Tunísia e Vanuatu.
Entre os países que apresentaram perspetivas otimistas encontram-se, entre outros, o Azerbeijão, o Sudão, o Sudão do Sul, o Cambodja, as Ilhas Fiji, a Geórgia e o Ruanda, entre os piores, a Argélia, o Líbano, a Nigéria, a Tunísia e Vanuatu.
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