António Veríssimo
São maioritáriamente
jovens os bombeiros que têm sido vítimas dos fogos que consomem a floresta de
Portugal. Em opinião, no Jornal i, Artur Portela escreve a propósito (veja em
baixo). Interprete-se que Portela aborda o desprezo que os da laia de Cavaco
Silva manifestam pelos bombeiros, pela ralé do povinho que mais não têm que
fazer se não serem cordeirinhos e alimentar com todo o fausto os parasitas políticos
e os de suas ilhargas que sugam de modo desalmado o que é pertença de todos os
portugueses. Sem pejo, se necessário, se imprescindivel para alimentar as suas
ganâncias e as suas ideologias fascizantes – a que chamam neoliberais – até vidas
sugam, indiferentes, mas fazendo-se passar por falsos sofredores com aparentes sentidas
declarações de pesar. A hipocrisia ocupa Belém, São Bento e os que mais estão
apostados em miserabilizar Portugal e os portugueses.
Após seis bombeiros
– ou cinco? – que perderam a vida no combate aos fogos, depois de muitas críticas,
lá veio Cavaco, publicamente titubeante, dedicar algumas palavras aos bombeiros
assassinados pelos fogos, pela falta de reordenamento do território, pela falta
de estratégias atuais e reforçadas, pela falta de meios, pela falta de formação
adequada, pelo deixa-andar de políticos parasitas que se governam em vez de
governar convenientemente o país.
Já morreram
bombeiros demais este ano. Estes são números anormais e inadmissiveis. Muitos
deles eram muito jovens. O facto terá que ver com a inexperiência e com a falta
de formação? Quem investiga? Quem é responsável (do atual e de governos
anteriores) por tudo o que está errado e tem conduzido à devassa do abandono a
que a floresta portuguesa está votada? Quem são os responsáveis maiores pela
morte destes bombeiros? As labaredas gigantescas? Não será que pirómanos há
muitos, seus palermas!? Como diria Vasco Santana.
Nesta vaga de fogos
quase meia centena de pirómanos já foram identificados e detidos pela Polícia Judiciária.
Mas não haverá também políticas pirómanas de responsabilidade de incompetentes
ou laxistas que têm ocupado desde há décadas os poderes políticos e
legislativos que deviam ter tido ações de gestão das florestas que não nos
tivesse trazido até a esta escalavrada situação? Cavaco também foi PM por mais
de dez anos. E os outros?
É que, assim sendo,
também existem pirómanos e assassinos morais dos bombeiros desde Belém a São
Bento. Morrem os bombeiros vítimas da sua abenegação e valentia, morre o povo,
a ralé, que estes políticos parasitas tanto desprezam e a quem impõem
insuportáveis sacrificios no modo de suspensão da democracia real. Até quando vamos assistir
a esta impunidade? Até quando teremos de chorar familiares, amigos, compatriotas,
que por via da crise imposta se suicidam, até quando teremos de chorar
bombeiros caídos no combate às chamas devoradoras? Até quando teremos de
consentir a impunidade desta máfia política que tem vindo a destruir-nos? Até
quando lhes permitiremos que nos parasitem gozando de toda a impunidade, sem que os chamemos à responsabilidade?
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