Notícias ao Minuto
Francisco Teixeira
da Mota foi o advogado responsável pela defesa do escritor e jornalista Miguel
Sousa Tavares no âmbito da queixa-crime apresentada pelo Presidente da
República, Cavaco Silva, e, a esse propósito, comenta em entrevista ao i: “É
importante chamar palhaço a quem acho que é palhaço”. Teixeira da Mota considera
também que em Portugal não se aceita a crítica porque “temos todos o rei na
barriga”.
Em entrevista ao
jornal i, publicada esta segunda-feira, o advogado Francisco Teixeira da Mota,
responsável pela defesa do escritor e jornalista Miguel Sousa Tavares no caso
da queixa-crime apresentada pelo Presidente da República na sequência da
expressão “palhaço”, refere que nos tribunais “ainda há uma cultura do
respeitinho” proveniente dos 48 anos de ditadura em que vivemos e que habituou
os portugueses a uma “lógica de respeito excessivo pela autoridade”.
Mas a juntar a
isto, em Portugal, não se aceita a crítica porque temos todos o rei na barriga”
e porque “há uma tendência para não dizer, porque se não digo mal de ti também
não dizes mal de mim. Isto é”, concluiu, “uma aldeia, aliás, hoje em dia é mais
um condomínio que uma aldeia”.
É, portanto,
“importante discutir, estar em causa, chamar palhaço a quem acho que é palhaço,
poder dizer que é energúmeno quem o é, dizer que alguém não vale nada, que não
tem nenhum valor politicamente”, afirma o advogado.
Talvez por isso,
Francisco Teixeira da Mota tenha sido o primeiro advogado a conseguir uma
condenação do Estado português junto do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem
por violação da liberdade de expressão e um dos profissionais que, desde o
início da sua carreira, se dedicou e especializou na defesa de jornalistas.
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