Deutsche Welle
Atitude da
brasileira é considerada correta pela maioria dos leitores em sites de notícias
alemães. Vários dizem esperar postura semelhante da chanceler federal Angela
Merkel em relação a programa de espionagem dos EUA.
Anunciado às
vésperas da eleição na Alemanha, o cancelamento da viagem da presidente Dilma
Rousseff aos Estados Unidos, prevista para outubro, gerou manifestações de
apoio dos internautas alemães nesta terça-feira (17/09) e acabou sendo
comparado por eles à reação de líderes alemães às denúncias de espionagem da
agência americana NSA.
A notícia foi muito
comentada nos sites Tagesschau.de (de um dos principais telejornais do país) e
Zeit.de (maior jornal semanal alemão). A maioria dos internautas elogiou a posição
de Dilma e disse esperar postura semelhante da chanceler federal Angela Merkel.
No site do
Tagesschau, um usuário escreveu: "Esta é a melhor reação". Outro
escreveu, em português, "muito obrigado". "Merkel, Pofalla
[chefe de gabinete da chanceler] e Friedrich [ministro do Interior]
poderiam/deveriam aprender com a senhora Rousseff", afirmou outro.
Um usuário
especulou que Merkel também pode ter sido espionada. "Ela iria exigir uma
desculpa de Obama e adiar por tempo indeterminado uma viagem a Washington, até
que tudo estivesse perfeitamente investigado e esclarecido? Inimaginável",
lamentou.
No site do Die Zeit,
um usuário disse esperar em vão reação semelhante da Alemanha. Outro criticou o
comportamente "vergonhoso" dos políticos europeus, que tentam
"minimizar o escândalo".
Alguns usuários
também criticaram o fato de a imprensa alemã, de um modo geral, ter dado pouco
destaque à notícia sobre a presidente brasileira.
As denúncias feitas
pelo ex-colaborador da NSA Edward Snowden também envolveram a Alemanha, que
teria sido alvo da espionagem dos EUA. As denúncias geraram indignação entre a
opinião pública alemã e motivaram uma viagem do ministro do Interior,
Hans-Peter Friedrich, aos Estados Unidos. Mais tarde, ele declarou num debate na
televisão que os Estados Unidos não espionam a Alemanha.
Autoria: Alexandre
Schossler – Edição: Renate Krieger
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