Opera Mundi, São Paulo
Em carta enviada ao
presidente da comunidade autônoma, primeiro-ministro espanhol fala em
"vínculos" que não podem se desatar
O primeiro-ministro
espanhol, Mariano Rajoy, enviou uma carta ao presidente da comunidade autônoma
da Catalunha, Arthur Mas, se oferecendo para conversar sobre a situação do
local, após protestos pedindo a realização de plebiscito pela independência. No
entanto, Rajoy deixou claro que a discussão sobre a separação catalã está fora
de questão, segundo reportou neste sábado (14/09) a agência Reuters.
Na carta, recebida
hoje por Mas, o primeiro ministro oferece “diálogo sem prazo de validade”, mas
sem especificar exatamente o que conversar. Rajoy já disse em situações
anteriores que um plebiscito seria inconstitucional.
“Estou convencido
da extraordinária relevância que a Catalunha tem para o conjunto da Espanha e a
riqueza, pluralidade e singularidade da sociedade catalã”, afirmou Rajoy, de
acordo com o jornal espanhol El País. “Penso, dessa maneira, que os vínculos
que nos mantêm unidos não podem se desatar sem enormes custos afetivos,
econômicos, políticos e sociais.”
Manifestação
Na quarta-feira
(11/09), para lembrar o aniversário de 299 anos da perda de independência da
Catalunha, centenas
de milhares de pessoas se reuniram para pedir que Madri reconheça a autonomia.
Os cerca de 400 mil catalães que se inscreveram para participar da comemoração,
segundo a ANC (Assembleia Nacional Catalã), se deram as mãos às 17h14 do
horário local, formando um cordão humano de 400 km, chamado de Via Catalana.
A hora da
manifestação foi escolhida em referência ao dia 11 de setembro de 1714, quando
o reino da Catalunha foi tomado pelas tropas franco-espanholas do rei Filipe V,
na guerra de sucessão que também foi marcada pela cessão de Gibraltar aos
britânicos.
Pesquisas de
opinião indicam que cerca de 52% dos catalães se declaram abertamente a favor
da independência e 81% apoiam a iniciativa de um referendo. Quase 60% dos
catalães dizem que votariam mesmo se a consulta fosse decretada ilegal.
O cordão humano
pela independência da Catalunha uniu de norte a sul os extremos da região,
desde a fronteira com a França até o sul de Tarragona. O movimento se inspirou
na cadeia humana de 600 km organizada em 1989 por milhares de cidadãos da
Estônia, Lituânia e Letônia para reclamar suas independências em relação à
União Soviética. Na ocasião, os organizadores afirmaram que 1,5 milhão de
pessoas haviam participado.
Foto: EFE TV
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Catalunha à deriva
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