segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Portugal: POBRES PORTAS

 

Balneário Público
 
O descaramento, hipocrisia e insensibilidade de Paulo Portas, vice-ministro do governo miserabilista – sem tino, sem pudor e sem ética – chefiado por Cavaco (ou será por Passos?) levou-o hoje a fazer declarações sobre os pobres, sobre as manifestações de ontem no Porto e em Lisboa. E disse aquele super-revelado mentiroso que “os mais pobres não se manifestam nem aparecem na televisão”. Queria o salafrário dizer que nas manifestações os mais pobres não estão presentes? Queria. Porquê? Porque daquelas palavras o que se pode induzir é que isto está mau mas que mesmo assim os mais pobres ainda não estão tão insatisfeitos com os roubos do governo como os “remediados” e os mais ou menos ricos, mais ou menos com bons ordenados, sendo que afinal o governo do esbulho que ele vice-ministra até está a praticar uma política justa, equilibrada e de proteção aos mais pobres. A verdade é que só safardanas como Portas conseguem ter este tipo de raciocínio e fazer declarações que são um nojo. Que sabe Portas sobra a pobreza para além do que se lhe refere numas páginas de estudos encomendados e viciados? Que percebe Portas sobre a miséria em que quase um terço dos portugueses sobrevive? Disse ele “os mais pobres”. Para Portas esses são os que só comem às segundas, quartas e sextas-feiras? E então os “mais pobres” dos “mais pobres” quem são? Serão os que mal se alimentam às terças e quintas-feiras? E os ainda “mais pobres” dos “mais pobres” “mais pobres”? Esses são aqueles que só comem aos sábados ou aos domingos? E os ainda “mais pobres”? Já não existem. Morreram por via do miserabilismo causado por Portas e toda aquela sua seita a que chamam governo. Saberá Portas que nas manifestações, naquelas de ontem como em outras, há pessoas dos “mais pobres” que vertem lágrimas quando dizem palavras de ordem, quando cantam hinos? Choram, quando olham em redor e se comovem por saberem que afinal não são os únicos na miséria e em vias de extinção por causa dos roubos submarinos e à superficie que a seita governativa praticou e pratica. O salafrário Portas, sobre pobres e pobreza, sobre miséria causada por ele e outros salafrários seus pares, pouco sabe ou nada sabe. Conclui-se. Afinal aquele grande mentiroso ministra o quê? Contudo Portas há uma coisa que sabe e disse certo naquelas declarações acerca dos pobres. Que os mais pobres “nem aparecem na televisão”. É verdade. As televisões portuguesas são uma choldra. Os jornalistas que as constituem são incapazes de mergulhar na miséria acelerada e compulsiva que acontece pelo país. É verdade, sim, que os jornalistas nas têvês, rádios e jornais, em vez de chafurdarem na realidade pura e dura que a pobreza causa a imensos portugueses, têm a tentação de dourar a pílula, de amenizar com meios termos o que constitui a miséria de milhares e nem sequer mostram imagens de desesperos lancinantes. Talvez alguns desses jornalistas (jornalistas?) assim se comportem na esperança de agradarem a quem os conduza a “tachos” como assessores de salafrários governantes. Coisa comum nos nossos dias. São também os já conhecidos “boys” e “girls” dos partidos, dos ministros, dos secretários de estado… Simplificando: dos salafrários que ocupam os governos e outros poderes onde roubam por via de escandalosas mordomias, de corrupção, de tráfico de influências, etc., etc. O habitual. Por isso os pobres não aparecem na televisão. Há jornalistas que não saem das redações e o mais longe que vêem é até aos seus umbigos. Há também pobres que têm vergonha de se mostrar perante gente insensível, manipuladora e mentirosa como Portas e o bando de salafrários a que tantos licenciados-doutores pertencem. Mas os pobres, os mais pobres, os muito pobres, andam por aí. Basta sair às ruas e passar nos bairros pobres (ou asim-assim) com olhos de ver, cheirar e sentir. Quem não os vê, nem os cheira, nem os sente, são os pobres Portas deste país e da UE. Sabemos disso.
 
Manuel Tiago
 
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