Balneário Público
O descaramento,
hipocrisia e insensibilidade de Paulo Portas, vice-ministro do governo
miserabilista – sem tino, sem pudor e sem ética – chefiado por Cavaco (ou será
por Passos?) levou-o hoje a fazer declarações sobre os pobres, sobre as
manifestações de ontem no Porto e em Lisboa. E disse aquele super-revelado
mentiroso que “os mais pobres não se manifestam nem aparecem na televisão”.
Queria o salafrário dizer que nas manifestações os mais pobres não estão
presentes? Queria. Porquê? Porque daquelas palavras o que se pode induzir é que
isto está mau mas que mesmo assim os mais pobres ainda não estão tão
insatisfeitos com os roubos do governo como os “remediados” e os mais ou menos
ricos, mais ou menos com bons ordenados, sendo que afinal o governo do esbulho
que ele vice-ministra até está a praticar uma política justa, equilibrada e de
proteção aos mais pobres. A verdade é que só safardanas como Portas conseguem
ter este tipo de raciocínio e fazer declarações que são um nojo. Que sabe
Portas sobra a pobreza para além do que se lhe refere numas páginas de estudos
encomendados e viciados? Que percebe Portas sobre a miséria em que quase um
terço dos portugueses sobrevive? Disse ele “os mais pobres”. Para Portas esses
são os que só comem às segundas, quartas e sextas-feiras? E então os “mais
pobres” dos “mais pobres” quem são? Serão os que mal se alimentam às terças e
quintas-feiras? E os ainda “mais pobres” dos “mais pobres” “mais pobres”? Esses
são aqueles que só comem aos sábados ou aos domingos? E os ainda “mais pobres”?
Já não existem. Morreram por via do miserabilismo causado por Portas e toda
aquela sua seita a que chamam governo. Saberá Portas que nas manifestações,
naquelas de ontem como em outras, há pessoas dos “mais pobres” que vertem
lágrimas quando dizem palavras de ordem, quando cantam hinos? Choram, quando
olham em redor e se comovem por saberem que afinal não são os únicos na miséria
e em vias de extinção por causa dos roubos submarinos e à superficie que a
seita governativa praticou e pratica. O salafrário Portas, sobre pobres e
pobreza, sobre miséria causada por ele e outros salafrários seus pares, pouco
sabe ou nada sabe. Conclui-se. Afinal aquele grande mentiroso ministra o quê?
Contudo Portas há uma coisa que sabe e disse certo naquelas declarações acerca
dos pobres. Que os mais pobres “nem aparecem na televisão”. É verdade. As
televisões portuguesas são uma choldra. Os jornalistas que as constituem são
incapazes de mergulhar na miséria acelerada e compulsiva que acontece pelo
país. É verdade, sim, que os jornalistas nas têvês, rádios e jornais, em vez de
chafurdarem na realidade pura e dura que a pobreza causa a imensos portugueses,
têm a tentação de dourar a pílula, de amenizar com meios termos o que constitui
a miséria de milhares e nem sequer mostram imagens de desesperos lancinantes.
Talvez alguns desses jornalistas (jornalistas?) assim se comportem na esperança
de agradarem a quem os conduza a “tachos” como assessores de salafrários
governantes. Coisa comum nos nossos dias. São também os já conhecidos “boys” e
“girls” dos partidos, dos ministros, dos secretários de estado… Simplificando:
dos salafrários que ocupam os governos e outros poderes onde roubam por via de
escandalosas mordomias, de corrupção, de tráfico de influências, etc., etc. O habitual.
Por isso os pobres não aparecem na televisão. Há jornalistas que não saem das
redações e o mais longe que vêem é até aos seus umbigos. Há também pobres que
têm vergonha de se mostrar perante gente insensível, manipuladora e mentirosa
como Portas e o bando de salafrários a que tantos licenciados-doutores
pertencem. Mas os pobres, os mais pobres, os muito pobres, andam por aí. Basta
sair às ruas e passar nos bairros pobres (ou asim-assim) com olhos de ver,
cheirar e sentir. Quem não os vê, nem os cheira, nem os sente, são os pobres
Portas deste país e da UE. Sabemos disso.
Manuel Tiago
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