Um tiroteio entre a
polícia e ex-combatentes da Renamo, principal força da oposição em Moçambique,
provocou nesta quinta-feira um morto e quatro feridos em Nampula, noticiou a
AFP.
Os contornos do
incidente não são claros. Algumas informações indicam que a polícia invadiu um
acampamento da Renamo, outras que os ex-guerrilheiros abriram fogo. Foram
detidos mais de três dezenas de oposicionistas.
O incidente terá resultado do aumento da tensão entre as autoridades e o principal partido da oposição em Moçambique. Vários ex-combatentes da Renamo terão sido chamados a Nampula pelo líder do partido, Afonso Dhlakama, para um encontro cujo objectivo seria preparar manifestações nacionais “para correr com a Frelimo do poder”, adiantou a agência Lusa. No local estariam cerca de 300 apoiantes da Renamo, que durante 16 anos travou uma guerra civil com a Frelimo, até à paz assinada em 1992.
Os militantes da Renamo já se encontravam no local desde Dezembro. Nesta quinta-feira a polícia desalojou os militantes do partido após o que o porta-voz da polícia de Nampula, João Inácio Dina, garante ter sido uma operação de rotina.
“Era uma patrulha de rotina, mas tivemos de pedir reforços e ripostar quando eles começaram a disparar”, disse Inácio Dina à AFP. Um polícia acabou por morrer depois de ter ficado ferido na cabeça e na barriga, enquanto outro polícia e três membros da Renamo ficaram feridos em resultado dos disparos, adianta a agência francesa.
“Foram detidos 34 guardas do corpo dirigente da Renamo e confiscadas cinco espingardas de assalto AK47, uma pistola e 86 balas”, contou João Inácio Dina.
Os incidentes terão começado de manhã cedo, pelas 5h30. A Rádio Moçambique noticiou no seu site que membros da Renamo dispararam contra um carro da polícia durante a rendição dos agentes que se encontravam no local, o que levou a polícia a ripostar. No entanto, adianta a estação, era já esperada uma acção policial, depois de terem circulado informações sobre a mobilização de uma força de operações especiais para reforçar a vigilância aos membros da Renamo.
A Renamo já tinha acusado o Governo moçambicano de “enviar uma força militar para semear o terror em Nampula”. O partido tem perdido terreno nas urnas desde as primeiras eleições multipartidárias de 1994 e o seu líder ameaçou, no ano passado, mobilizar os antigos combatentes para preparar uma revolta contra o Governo.
Público – Lusa
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