Cerca de um quinto
do território da Guiné-Bissau está coberto por áreas protegidas contra qualquer
tipo de exploração de recursos naturais, disse hoje à Lusa o secretário de Estado
do Ambiente e Turismo, Agostinho da Silva.
De acordo com
Agostinho da Silva, a meta é atingir entre 35 a 40 por cento nos próximos anos,
antes de o país se lançar no mercado mundial de carbono - em que se negoceiam
permissões para emissão de gases com efeito de estufa.
O governante
explicou que a Guiné-Bissau "conseguiu cumprir" o compromisso
assumido aquando da conferência mundial sobre as alterações climáticas, no
Japão, em 2010, na qual prometeu ter este ano 24,7 por cento do território
classificado.
Actualmente existem
cerca de uma dezena de áreas protegidas, enquadradas em parques e reservas
naturais.
Agostinho da Silva
destacou o parque natural de Orango, com ilhas onde existem variedades de
hipopótamos, o parque natural das ilhas de João Vieira e Poilão, com espécies
raras de tartarugas, e o parque da ilha de Formosa, que recebe todos os anos
diferentes espécies de aves migratórias.
Em Julho, o Governo
decretou a zona de Dilumbé/Tchetche como área protegida por lei, onde é
proibida qualquer tipo de caça e abate de árvore, e prepara-se para fazer o
mesmo nas localidades de Bula/São Vicente, "justamente para evitar que se
acabem com as sebes (um tipo de árvore)", naquela zona, declarou Agostinho
da Silva.
"Entendemos
que daqui a dez anos não será possível termos sebes para a construção de casas
devido à forma como esse recurso é explorado actualmente", notou o
secretário de Estado do Ambiente e Turismo.
A lei guineense
proíbe a concessão de qualquer tipo de licença de exploração nas áreas
protegidas, mas nos últimos anos, mesmo com a proibição, madeireiros têm
praticado o corte abusivo da floresta do país, o que tem motivado reacção da
população.
Em diferentes zonas
da floresta guineense podem ser vistos toros de madeira, fruto de corte de
árvores de grande porte.
O secretário de
Estado do Ambiente e Turismo diz que o Governo decidiu confiscar toda essa
madeira.
"O Governo
mandatou-nos, a mim e ao ministro da Agricultura, [para] proceder ao escoamento
dos toros de madeira que estão espalhados pelas nossas florestas", afirmou
Agostinho da Silva, sublinhando que doravante essa prática será interdita.
"Quem tentar
violar essa disposição do Governo vai ter problemas com a lei", observou
Agostinho da Silva, frisando que mais leis estão na calha.
"Estamos a trabalhar
no sentido de criar brevemente uma lei sobre crime ambiental, uma lei sobre a
proibição de construção nas áreas protegidas, assim como um regulamento sobre o
sistema de áreas protegidas na Guiné-Bissau", disse.
Agostinho da Silva
afirmou que a produção legislativa só não avançou ainda por falta de meios
financeiros, já que o país vai ter que contratar peritos internacionais.
Sol - Lusa
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