A produção de gás
natural em Angola está a funcionar a apenas 20% da capacidade, e apenas no
final de 2014 deverá estar a trabalhar em pleno, disse hoje em Luanda fonte da
direcção de produção da petrolífera angolana Sonangol.
Paulo Fernandes,
que falava à imprensa à margem dos trabalhos do Fórum Indústria de Angola,
acrescentou que a quinta exportação de gás natural deverá sair ainda antes da
suspensão dos trabalhos de produção para a manutenção das instalações, situadas
no Soyo, norte de Angola.
Paulo Fernandes
acrescentou que apenas dois blocos, o 17, explorado pela francesa Total, e o
31, pela britânica BP, estão a canalizar gás para a exportação.
"Mas o
objectivo é que todos os operadores forneçam o gás para o projecto Angola
LNG", disse.
Os problemas
registados no arranque do projecto, que obrigaram a sucessivos adiamentos da
saída da primeira exportação, que ocorreu somente em Junho passado para o
Brasil, fazem com que a fábrica comece a operar na totalidade "provavelmente"
no final de 2014.
Quanto ao acidente
registado em Julho, ao largo do Soyo, com uma plataforma ao serviço da
petrolífera americana Chevron, aquele responsável da Sonangol disse que vai
atrasar apenas a entrega de gás por parte de um operador.
Lançado em 2007
para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera, evitando a
sua queima, o projecto Angola LNG reúne a Chevron (36,4 por cento), Sonangol
(22,8 por cento), BP Exploration (13,6%), Eni (13,6%) e Total (13,6%) e
representa um investimento de 10 mil milhões de dólares (cerca de oito mil
milhões de euros), prevendo-se que o projecto tenha uma duração mínima de 30
anos.
Os planos iniciais
de exportação do gás natural angolano apontavam para o mercado americano, mas
as recentes descobertas deste combustível nos Estados Unidos obrigaram Angola a
redireccionar o mercado de exportação, tendo optado pelo asiático, dada a
competitiva diferença de preços.
O projecto Angola
LNG irá recolher, processar, vender e entregar 5,2 milhões de toneladas de gás
natural liquefeito (LNG) por ano, além de propano, butano e condensados, a
partir da sua instalação fabril no Soyo.
A capacidade de
produção é ainda de 125 milhões de metros cúbicos de gás natural para consumo
doméstico.
O projecto Angola
LNG deverá garantir a entrada de Angola no Fórum de Países Exportadores de Gás
(GECF), que tem apenas cinco membros africanos - Argélia, Egipto, Guiné
Equatorial, Líbia e Nigéria.
Angola é já o
segundo maior produtor de petróleo na África Subsariana, a seguir à Nigéria.
Lusa/SOL
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