terça-feira, 8 de outubro de 2013

UMA EMERGÊNCIA FRÁGIL E VULNERÁVEL – II

 

Martinho Júnior, Luanda (ler parte I)

1 – “Rugir pode dar dor de garganta”, considera o articulista MK Bhadrakumar a propósito do papel da Presidente Dilma Roussef na ONU:

… “O problema de rugir é que pode dar dor de garganta. É o que pode acontecer a Rousseff se persistir nos rugidos, até que não lhe reste outro remédio além de gargarejos de salmoura e um voto de silêncio até que recupere a voz”…

A ironia diplomática veio a propósito do comportamento face ao caso das divulgações de Edward Snowden, por parte dos BRICS asiáticos: Rússia, China e Índia!

2 – Não está mal informado MK Bhadrakumar e para se chegar a essa conclusão basta:

- Conhecer o Acordo Militar do Brasil com os Estados Unidos, em vigor desde a data da sua assinatura, a 12 de Abril de 2010;

- Avaliar o que as partes têm vindo a realizar no âmbito desse acordo de então para cá.

Foi o que fez o Partido Comunista do Brasil, em tempo e com sentido de responsabilidade anti imperialista; fez desde logo as críticas que achou oportunas de acordo com os princípios e opções por que se rege e publicou na sua página na Internet o referido Acordo.

Veja-se desde logo, em conformidade, o conteúdo do 1º artigo, Escopo:

“O presente Acordo, regido pelos princípios de igualdade, reciprocidade e interesse mútuo, em conformidade com as respectivas leis e regulamentos nacionais e as obrigações internacionais das Partes, tem como objetivo promover:

a) a cooperação entre as Partes em assuntos relativos à Defesa, particularmente nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, apoio logístico, segurança tecnológica e aquisição de produtos e serviços de Defesa;
b) a troca de informações e experiências adquiridas no campo de operações e na utilização de equipamento militar de origem nacional e estrangeira, bem como as relacionadas a operações internacionais de manutenção de paz;
c) a troca de experiências na área de tecnologia de defesa;
d) a participação em treinamento e instrução militar combinados, exercícios militares conjuntos e o intercâmbio de informações relacionado a esses temas;
e) a colaboração em assuntos relacionados a sistemas e equipamentos militares; e
f) a cooperação em quaisquer outras áreas militares que possa ser de interesse mútuo das Partes”.

3 – Desde que o Acordo Militar do Brasil com os Estados Unidos foi conhecido que o PCB tem mantido um posicionamento político interno crítico à política exterior do governo de Dilma, em alguns casos detalhando na sua argumentação.

As duas tónicas principais são “romper os acordos militares com os EUA e suspender o leilão do Campo de Libra”, mas qualquer uma dessas pretensões parece estarem a esbarrar com um muro de indiferença por parte do executivo.

O Brasil, se tem soluções para fazer face à espionagem norte americana, não pretende “romper” e esse posicionamento só pode favorecer as políticas de hegemonia unipolar do império, que são reforçadas com a absorção de novas tecnologias!

O modo de funcionamento do SIVAM, “Sistema de Vigilância da Amazónia” e da própria ABIN, “Agência Brasileira de Inteligência”, é vulnerável e, é preciso recordar, é uma herança do governo de Fernando Henrique Cardoso!

Para tornar operacional por exemplo o SIVAM, foram adquiridos equipamentos e tecnologias à norte-americana Raitheon e à francesa Thomson… não haverá demasiadas janelas abertas no próprio “hardware” instalado?

Assim sendo, o Brasil é, com a África do Sul, um dos elos mais fracos da cadeia dos maiores emergentes:

Os emergentes asiáticos aplicam, quase na generalidade, tecnologia de inteligência e militar com “hardware” por si fabricados, o que não acontece com os emergentes do hemisfério ocidental, situados na América e em África, demasiado dependentes das tecnologias ocidentais, particularmente das várias componentes da OTAN!

Mesmo assim a Rússia adquiriu recentemente à França 4 navios polivalentes da classe Mistral a fim de suprir a sua frota, carente desse tipo de meios e dos respectivos conceitos.

A título de exemplo, em relação ao Brasil:

O primeiro Navio de Patrulha Oceânica construído para as acções na “Amazónia Azul”, duma série de três, construído nos estaleiros da potência tutelar da ilha-pirata de Ascensão!... quanto mais me espionas, mais eu gosto de ti!...

…“A entrega se realizou no prazo de apenas seis meses, após a assinatura do contrato de £133 milhões, prevendo o fornecimento de três Navios de Patrulha Oceânica e a prestação dos serviços auxiliares de suporte. De acordo com o contrato, caberá à BAE Systems fornecer também treinamento a mais de 80 membros da tripulação do Amazonas, baseados atualmente em Portsmouth. O treinamento abordará áreas como operação do navio, sistemas eletrônicos e propulsão. O navio rumará para Plymouth, em julho, onde a tripulação completará seu programa de treinamento, antes de seguir para o Brasil, em agosto.

O primeiro de sua classe, o Amazonas, foi construído nas instalações da BAE Systems, em Portsmouth. Os outros dois navios de sua classe, o Apa e o Araguari, foram construídos nos estaleiros de Scotstoun, às margens do rio Clyde, sendo que a entrega de ambos está prevista para dezembro de 2012 e abril de 2013, respectivamente”…

O “rugido” de Dilma foi apenas para a ONU ouvir: de mau humor desses está mesmo o inferno cheio e, entre rugidos, até nas fotografias continua a ser explícito o sorriso de Obama!

Foto: Se mau humor houve por parte de Dilma Roussef, ele é inconsequente; daí o sorriso amplo de Barack Hussein Obama: contrastes!
 
 

2 comentários:

Anónimo disse...




Passeata contra o leilão da Petrobrás no Rio Grande do Norte

18 de outubro de 2013 |

Categoria:: Brasil,Últimas
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No Rio Grande do Norte a luta contra o leilão do campo de Libra começou no dia 17 ao amanhecer. Dezenas de militantes de diversos sindicatos, partidos de esquerda, centrais sindicais e movimentos sociais fortaleceram o piquete na sede da Petrobrás em Natal no primeiro dia da greve deflagrada pelo Sindpetro/RN.

A greve dos petroleiros acontece em todo país e além de reivindicar reajuste salarial também exige o cancelamento do leilão do campo de Libra. O leilão representa um crime de lesa-pátria e vai entregar um dos maiores campos de petróleo do mundo a empresas privadas.

Para chamar a atenção da sociedade para mais este crime contra o povo brasileiro foi realizado às 15 horas, no centro de Natal, uma passeata que contou novamente com a presença de sindicatos, partidos e parlamentares de esquerda, com os trabalhadores da Saúde que estão em greve e com o MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas.

Durante todo o ato palavras de ordem como “leilão, leilão é privatização, o petróleo é nosso e não abrimos mão” foram entoadas pelas companheiras e companheiros. O ato foi encerrado com discursos na Av. Rio Branco.

Redação RN



http://averdade.org.br/2013/10/passeata-leilao-petrobras-rio-grande-norte/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+averdadepravda+%28Jornal+A+Verdade%29

Anónimo disse...


Dilma el espionaje electrónico y un cambio de paradigma

El pasado 24 de septiembre, el discurso de la presidenta brasileña Dilma Rousseff inauguró la 68va Asamblea General de Naciones Unidas. Fue un texto directo y contundente, al denunciar la existencia de una red de espionaje electrónico dirigido por EE.UU. Afirmó en ese momento que “entrometerse de esta manera en la vida de otros países es una violación del derechointernacional y, como tal, es una afrenta a las relaciones entre los países, especialmente entre naciones amigas. No es posible establecer la soberanía de un país a expensas de dañar la soberanía de otros. Jamás, el derecho a la seguridad de los ciudadanos de un país puede ser asegurado por la violación de los derechos humanos y los derechos civiles de los ciudadanos de otro país.”
La presidenta de Brasil enfatizó que la situación era aún más preocupante porque además de los órganos estatales de seguridad norteamericanos, las empresas privadas estaban apoyando este espionaje.
Al afirmar que “no se sostienen los argumentos de que la interceptación ilegal de los datos e informaciones esté destinada a proteger a la nación contra el terrorismo.”, Rousseff dejó claro de dónde partían las acciones de espionaje contra su país. “Hicimos saber al gobierno de EE.UU. nuestra protesta, exigiendo explicaciones, disculpas y garantías de que tales procedimientos no se repitan. Los gobiernos y las sociedades amigas, que buscan consolidar una alianza estratégica con eficacia, como es nuestro caso, no pueden permitir que las acciones ilegales sean recurrentes como si fueran normales. Estas acciones son inadmisibles.”

...

http://www.cubadebate.cu/?p=301135

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