Díli, 21 out (Lusa)
- O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, afirmou, num discurso a que a
Lusa teve hoje acesso, que as Nações Unidas não estão a gastar fundos
suficientes na Guiné-Bissau ao contrário do que aconteceu em Timor-Leste, onde
se gastaram "demasiados".
A afirmação de
Xanana Gusmão foi feita em Nova Iorque no âmbito de um encontro para falar
sobre "Transições de manutenção de paz: Lições aprendidas com a missão da
ONU em Timor-Leste", num discurso hoje enviado à agência Lusa.
"Saí de lá (da
Guiné-Bissau) com a impressão que as Nações Unidas estão a cometer o erro
contrário ao que cometeram em Timor-Leste. Ao passo que em Timor-Leste se
gastaram demasiados fundos, na Guiné-Bissau não estão a ser gastos fundos
suficientes", afirmou Xanana Gusmão.
O primeiro-ministro
timorense realizou no início do mês uma visita de trabalho à Guiné-Bissau como
presidente do G7+, organização criada em abril de 2011 que reúne 18
Estados-membros, entre os quais Timor-Leste e Guiné-Bissau, e que defende
reformas no modo como a comunidade internacional apoia os países frágeis ou em
situação de pós-conflito.
"Isso torna a
missão do representante do secretário-geral da ONU, o meu querido irmão Dr.
José Ramos-Horta, deveras difícil", disse.
Durante a visita de
Xanana Gusmão à Guiné-Bissau foi assinada uma declaração de princípios onde
todos os setores do país manifestaram total empenho na restauração da ordem
constitucional e apelam à comunidade internacional para reconsiderar as sanções
com o objetivo de se iniciar o registo eleitoral credível o mais rapidamente
possível.
"A intenção é
ter este registo concluído até final do presente ano, de modo a permitir a
realização de eleições em finais de fevereiro de 2014", disse Xanana
Gusmão, salientando que são precisos cinco milhões de dólares para preparar o
registo eleitoral.
O primeiro-ministro
timorense informou também os presentes que Timor-Leste já contribuiu com um
milhão de dólares.
"Acredito que
com um fundo gerido pelo PNUD (Programa da ONU para o Desenvolvimento) e
apoiado por Timor-Leste podemos pelo menos dar início a este processo vital
para garantir eleições justas e credíveis", sublinhou.
MSE // MLL - Lusa
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