As cerca de 300
pessoas detidas sábado em várias províncias de Angola por terem desafiado a
proibição de manifestações nesse dia, foram todas libertadas, disse hoje à Lusa
o porta-voz do Comando geral da Polícia Nacional.
Segundo o
comissário Aristófanes dos Santos, "todos os 292 detidos já foram para
suas casas".
As detenções foram
justificadas com a desobediência à proibição decretada pelo Ministério do
Interior, que alegou "não estarem reunidas as condições de segurança
ideais ao livre exercício do direito e liberdade de manifestação",
previsto constitucionalmente, em comunicado com data do dia 22.
As manifestações
foram convocadas pela UNITA na sequência do comunicado divulgado a 13 deste mês
pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola sobre quatro detenções
relacionadas com o rapto e provável homicídio de dois ex-militares.
Os dois
desaparecidos, presumivelmente mortos, como assumiu a PGR no comunicado, são os
ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em
Luanda, a 27 e 29 de maio de 2012, quando tentavam organizar uma manifestação
de veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
A maior parte dos
detidos eram manifestantes que corresponderam ao apelo em Luanda, por parte da
UNITA, e que participaram, enquadrados por outro partido da oposição, a CASA-CE,
numa operação de colagem de cartazes de solidariedade com os dois ex-militares.
No saldo dos
incidentes de sábado há ainda a registar uma vítima mortal, abatido por
efetivos da Unidade de Guarda Presidencial, quando procedia à colagem dos
cartazes nas imediações do Palácio Presidencial, em Luanda.
O funeral de Manuel
Hilberto Ganga deverá realizar-se quarta-feira em Luanda e a CASA-CE convocou a
imprensa para a próxima terça-feira, para apresentar a sua primeira declaração
sobre s acontecimentos de sábado.
Por seu lado, o
porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, disse à Lusa que o partido vai divulgar
hoje à tarde a sua posição oficial sobre os incidentes.
O Ministério do
Interior decidiu proibir a manifestação convocada pela UNITA para Luanda por
alegada coincidência do evento com outra iniciativa política, do partido no
poder, o MPLA, e que para as autoridades policiais poderia colocar em causa a
ordem e segurança públicas.
Todavia, a ação
preventiva de limitação do direito de manifestação fora de Luanda foi exercido
pela Polícia Nacional também fora de Luanda, com a UNITA a acusar as forças da
ordem de terem entrado á força em algumas das suas sedes provinciais.
Lusa
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