terça-feira, 26 de novembro de 2013

Bispo de Cabinda condena atuação da polícia nas manifestações antigovernamentais

 


A atuação da polícia angolana nas manifestações realizadas sábado em todo o país e que foram marcadas por incidentes de que resultou um morto e a detenção de cerca de 300 pessoas, foi criticada em homilia pelo bispo de Cabinda.
 
Citado pela Voz da América, Filomeno Vieira Dias, que fez a observação na homília de domingo em Cabinda, pediu ao Governo de Angola uma urgente "reforma política", face à "gravidade" do que se passou este fim de semana em várias cidades do país.
 
As críticas de Filomeno Vieira Dias foram feitas na sequência da manifestação realizada pela UNITA, apesar de proibida pela polícia, para protestar contra a morte de dois ex-militares, assumida a 13 deste mês, em comunicado, pela Procuradoria-Geral da República de Angola.
 
Os dois desaparecidos, presumivelmente mortos, são os ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em Luanda, a 27 e 29 de maio de 2012, quando tentavam organizar uma manifestação de veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
 
No saldo dos incidentes de sábado, além das detenções de manifestantes, há ainda a registar uma vítima mortal - dirigente juvenil da CASA-CE, abatido por efetivos da Unidade de Guarda Presidencial, quando procedia à colagem de cartazes de solidariedade com os dois ex-militares, nas imediações do Palácio Presidencial, em Luanda.
 
Relativamente a esta morte, Filomeno Vieira Dias condenou, sublinhando que "não se dispara a matar contra uma pessoa desarmada como voltou a acontecer", ainda citado pela Voz da América.
 
"Não é com o impedimento da expressão popular que se garante a unidade e a reconciliação nacional", alertou o prelado, instando que "a reforma da política é uma urgência e precisa atingir o âmago da estrutura do poder e a forma de exercê-lo, tendo como critério básico inspirador a participação popular".
 
Lusa
 

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