A atuação da
polícia angolana nas manifestações realizadas sábado em todo o país e que foram
marcadas por incidentes de que resultou um morto e a detenção de cerca de 300
pessoas, foi criticada em homilia pelo bispo de Cabinda.
Citado pela Voz da
América, Filomeno Vieira Dias, que fez a observação na homília de domingo em
Cabinda, pediu ao Governo de Angola uma urgente "reforma política",
face à "gravidade" do que se passou este fim de semana em várias
cidades do país.
As críticas de Filomeno
Vieira Dias foram feitas na sequência da manifestação realizada pela UNITA,
apesar de proibida pela polícia, para protestar contra a morte de dois
ex-militares, assumida a 13 deste mês, em comunicado, pela Procuradoria-Geral
da República de Angola.
Os dois
desaparecidos, presumivelmente mortos, são os ex-militares Isaías Cassule e
Alves Kamulingue, raptados na via pública, em Luanda, a 27 e 29 de maio de
2012, quando tentavam organizar uma manifestação de veteranos e desmobilizados
contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
No saldo dos
incidentes de sábado, além das detenções de manifestantes, há ainda a registar
uma vítima mortal - dirigente juvenil da CASA-CE, abatido por efetivos da
Unidade de Guarda Presidencial, quando procedia à colagem de cartazes de
solidariedade com os dois ex-militares, nas imediações do Palácio Presidencial,
em Luanda.
Relativamente a
esta morte, Filomeno Vieira Dias condenou, sublinhando que "não se dispara
a matar contra uma pessoa desarmada como voltou a acontecer", ainda citado
pela Voz da América.
"Não é com o
impedimento da expressão popular que se garante a unidade e a reconciliação
nacional", alertou o prelado, instando que "a reforma da política é
uma urgência e precisa atingir o âmago da estrutura do poder e a forma de
exercê-lo, tendo como critério básico inspirador a participação popular".
Lusa
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