sábado, 2 de novembro de 2013

FESTIVAL SETE SÓIS SETE LUAS EM CABO VERDE COMEÇOU HOJE

 

Dulcina Mendes, Expresso das Ilhas
 
Nova Sintra (Ilha Brava), Ribeira Grande (Ilha de Santo Antão), São Filipe (Ilha do Fogo), Praia, Cidade Velha e Tarrafal (Ilha de Santiago) são as ilhas e cidades cabo-verdianas que vão receber o Festival Sete Sois Sete Luas.
 
O lançamento da XXI edição do festival acontece este sábado, dia 2, nos Jardins do Palácio da Presidência da República.
 
O festival começa em São Filipe (Fogo) e Tarrafal de Santiago nos dias 4 e 6 de Novembro e será aberto com a arte de Weaver Lima (Ceará, Brasil) e de Ozmo (Toscana, Itália) com intervenção de street art.
 
Os concertos
 
Os sons que chegam a Cabo Verde vêm da Europa, nomeadamente da Croácia, Espanha, ilhas Canárias e Portugal. O grupo Gustafi da Croácia traz misturas enérgicas e singular de ska, rock e tex-mex, cantado no dialecto típico de Istria.
 
A programação musical prossegue com o flamenco da Andaluzia. Poesia de gestos, canto do corpo e música do coração que bate ao ritmo de uma sensualidade elegante, e às vezes selvagem. A expressão canora desta mistura de origens e sentimentos é a voz de Juan Pinilla, cantor de Flamenco consagrado à fama internacional em 2007, quando ganhou o “Lampara Minera”, o mais alto reconhecimento da competição mais importante e prestigiada da Espanha: o Concurso Nacional de Canto de las Minas de la Unión.
 
Das Ilhas Canárias chega Aristides Moreno que com o seu one man show promete envolver o público com os ritmos da bossa nova, do samba e do jazz. “Samba de outro Mundo”, gravado ao vivo nas Ilhas Canárias, é o seu primeiro trabalho como músico solista. Neste registo, Aristides começou a denunciar de forma irónica os problemas sociais da sua terra natal. Nos seus discos mais recentes, o artista aborda novos géneros, experimentando as sonoridades da rumba, do mambo, do ska e do funk.
 
O Festival celebra também a lusofonia, trazendo a Cabo Verde a banda portuguesa Pé na Terra. Surgido em 2005 no Porto, o quinteto aborda de forma original os temas tradicionais da música portuguesa, contagiando-a com toques contemporâneos. Gaitas, Flautas, Acordeão, Percussões tradicionais, Guitarra, Bateria e Baixo juntam-se nesta interessante renovação da folk music portuguesa, que já tem conquistado o público de Portugal e da Europa.
 
Os artistas plásticos
 
Weaver Lima (Ceará, Brasil) é um artista plástico, autor de histórias em banda desenhada, curador e articulador cultural e é um dos artistas mais produtivos e discutidos na cena independente brasileira. Foi editor da página semanal PUB do jornal brasileiro “O POVO”, em que divulgou a produção independente de artistas dedicados à filosofia do DIY (Do It Yourself) no Brasil e no mundo.
 
A partir de 2002 dedicou-se às artes visuais e participou em várias exposições colectivas no Brasil. É criador do colectivo artístico “Monstra”, um dos movimentos artísticos mais activos do panorama do Ceará.
 
Ozmo (Toscana, Itália), que compartilha com Weaver Lima a paixão pela banda desenhada, formou-se na Academia de Belas Artes de Florença e no início dos anos noventa concentrou a sua actividade na pintura e no writing. Um artigo sobre a sua obra publicado por Aelle, periódico da cultura hip-hop, tornou-o uma das referências do graffiti writing na Itália. É um pioneiro incontestável da street art italiana.
 
Ozmo já expôs nas mais importantes galerias da Itália e no estrangeiro e já recebeu inúmeros prémios e reconhecimentos.
 
Festival Sete Sóis Sete Luas
 
O Festival Sete Sóis Sete Luas nasceu em 1993, dando início a uma troca cultural positiva e construtiva entre Itália e Portugal que ao longo do tempo abriu-se a novas realidades para se tornar, hoje, uma rede cultural que inclui mais de 30 cidades em 13 países diferentes e do mundo mediterrânico e lusófono: Brasil, Cabo Verde, Croácia, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Portugal, Roménia, Espanha, Eslovénia e Tunísia.
 
O evento envolve mais de 400 artistas, promove todos os anos mais de 150 concertos de música popular contemporânea acompanhada por exposições de artes plásticas, atraindo um público cosmopolita de mais de 200 mil espectadores.
 
Este festival tem como objectivo o diálogo intercultural, a mobilidade de artistas e a criação de formas originais de produção artística.
 
Desde 1993 foram homenageados com o título de Presidentes Honorários, os Prémios Nobel José Saramago e Dario Fo. Em 2012, ao lado de Dario Fo, foi agraciado com o título um novo Presidente Honorário, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.
 
O Festival Sete Sóis Sete Luas tem uma relação especial com Cabo Verde, pois o arquipélago foi o primeiro país extra europeu que entrou na grande Rede SSSL no ano de 1998.
 
Cabo Verde tornou-se um dos destinos mais importantes para o projeto de intercâmbio artístico internacional realizado pelo Festival, e neste sentido Jorge Carlos Fonseca, Presidente da República de Cabo Verde tornou-se em 2012 o Presidente Honorário do Festival Sete Sóis Sete Luas.
 
De salientar que o festival SSSL tem trabalhado na valorização da cultura cabo-verdiana e do mundo, pois já levou para a Europa, grandes artistas como Cesária Évora, Bana, Tito Paris, Mayra Andrade, Teté Alhinho, Mário Lúcio, Tcheka, Mariana Ramos, Voz de Cabo Verde, Hermínia, Ildo Lobo, Tchalê Figueira, Bento Oliveira e muitos outros.
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana