Dulcina Mendes, Expresso das Ilhas
Nova Sintra (Ilha
Brava), Ribeira Grande (Ilha de Santo Antão), São Filipe (Ilha do Fogo), Praia,
Cidade Velha e Tarrafal (Ilha de Santiago) são as ilhas e cidades
cabo-verdianas que vão receber o Festival Sete Sois Sete Luas.
O lançamento da XXI
edição do festival acontece este sábado, dia 2, nos Jardins do Palácio da
Presidência da República.
O festival começa
em São Filipe (Fogo) e Tarrafal de Santiago nos dias 4 e 6 de Novembro e será
aberto com a arte de Weaver Lima (Ceará, Brasil) e de Ozmo (Toscana, Itália)
com intervenção de street art.
Os concertos
Os sons que chegam
a Cabo Verde vêm da Europa, nomeadamente da Croácia, Espanha, ilhas Canárias e
Portugal. O grupo Gustafi da Croácia traz misturas enérgicas e singular de ska,
rock e tex-mex, cantado no dialecto típico de Istria.
A programação
musical prossegue com o flamenco da Andaluzia. Poesia de gestos, canto do corpo
e música do coração que bate ao ritmo de uma sensualidade elegante, e às vezes
selvagem. A expressão canora desta mistura de origens e sentimentos é a voz de
Juan Pinilla, cantor de Flamenco consagrado à fama internacional em 2007,
quando ganhou o “Lampara Minera”, o mais alto reconhecimento da competição mais
importante e prestigiada da Espanha: o Concurso Nacional de Canto de las Minas
de la Unión.
Das Ilhas Canárias
chega Aristides Moreno que com o seu one man show promete envolver o público
com os ritmos da bossa nova, do samba e do jazz. “Samba de outro Mundo”,
gravado ao vivo nas Ilhas Canárias, é o seu primeiro trabalho como músico
solista. Neste registo, Aristides começou a denunciar de forma irónica os
problemas sociais da sua terra natal. Nos seus discos mais recentes, o artista
aborda novos géneros, experimentando as sonoridades da rumba, do mambo, do ska
e do funk.
O Festival celebra
também a lusofonia, trazendo a Cabo Verde a banda portuguesa Pé na Terra.
Surgido em 2005 no Porto, o quinteto aborda de forma original os temas
tradicionais da música portuguesa, contagiando-a com toques contemporâneos.
Gaitas, Flautas, Acordeão, Percussões tradicionais, Guitarra, Bateria e Baixo
juntam-se nesta interessante renovação da folk music portuguesa, que já tem
conquistado o público de Portugal e da Europa.
Os artistas
plásticos
Weaver Lima (Ceará,
Brasil) é um artista plástico, autor de histórias em banda desenhada, curador e
articulador cultural e é um dos artistas mais produtivos e discutidos na cena
independente brasileira. Foi editor da página semanal PUB do jornal brasileiro
“O POVO”, em que divulgou a produção independente de artistas dedicados à
filosofia do DIY (Do It Yourself) no Brasil e no mundo.
A partir de 2002
dedicou-se às artes visuais e participou em várias exposições colectivas no
Brasil. É criador do colectivo artístico “Monstra”, um dos movimentos
artísticos mais activos do panorama do Ceará.
Ozmo (Toscana,
Itália), que compartilha com Weaver Lima a paixão pela banda desenhada,
formou-se na Academia de Belas Artes de Florença e no início dos anos noventa
concentrou a sua actividade na pintura e no writing. Um artigo sobre a sua obra
publicado por Aelle, periódico da cultura hip-hop, tornou-o uma das referências
do graffiti writing na Itália. É um pioneiro incontestável da street art
italiana.
Ozmo já expôs nas
mais importantes galerias da Itália e no estrangeiro e já recebeu inúmeros
prémios e reconhecimentos.
Festival Sete Sóis
Sete Luas
O Festival Sete
Sóis Sete Luas nasceu em 1993, dando início a uma troca cultural positiva e
construtiva entre Itália e Portugal que ao longo do tempo abriu-se a novas
realidades para se tornar, hoje, uma rede cultural que inclui mais de 30
cidades em 13 países diferentes e do mundo mediterrânico e lusófono: Brasil,
Cabo Verde, Croácia, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Portugal,
Roménia, Espanha, Eslovénia e Tunísia.
O evento envolve
mais de 400 artistas, promove todos os anos mais de 150 concertos de música
popular contemporânea acompanhada por exposições de artes plásticas, atraindo
um público cosmopolita de mais de 200 mil espectadores.
Este festival tem
como objectivo o diálogo intercultural, a mobilidade de artistas e a criação de
formas originais de produção artística.
Desde 1993 foram
homenageados com o título de Presidentes Honorários, os Prémios Nobel José
Saramago e Dario Fo. Em 2012, ao lado de Dario Fo, foi agraciado com o título
um novo Presidente Honorário, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge
Carlos Fonseca.
O Festival Sete
Sóis Sete Luas tem uma relação especial com Cabo Verde, pois o arquipélago foi
o primeiro país extra europeu que entrou na grande Rede SSSL no ano de 1998.
Cabo Verde
tornou-se um dos destinos mais importantes para o projeto de intercâmbio
artístico internacional realizado pelo Festival, e neste sentido Jorge Carlos
Fonseca, Presidente da República de Cabo Verde tornou-se em 2012 o Presidente
Honorário do Festival Sete Sóis Sete Luas.
De salientar que o
festival SSSL tem trabalhado na valorização da cultura cabo-verdiana e do
mundo, pois já levou para a Europa, grandes artistas como Cesária Évora, Bana,
Tito Paris, Mayra Andrade, Teté Alhinho, Mário Lúcio, Tcheka, Mariana Ramos,
Voz de Cabo Verde, Hermínia, Ildo Lobo, Tchalê Figueira, Bento Oliveira e
muitos outros.
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