Jornal de Notícias
Pelo menos três
civis morreram e oito ficaram feridos em dois ataques a escoltas militares de
viaturas nas últimas 24 horas na região de Muxúnguè, Sofala, centro de
Moçambique, disse, este sábado, fonte hospitalar.
Este sábado, homens
armados, supostamente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior
partido da oposição, metralharam, no princípio da manhã, a escolta militar de
viaturas, da qual resultou um morto e três feridos.
Na sexta-feira,
homens armados atacaram a última escolta militar de viaturas, em que seguiam
altas patentes das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e Força de
Intervenção Rápida (FIR), tendo morrido duas pessoas, incluindo um motorista
carbonizado, e ficado feridas cinco, enquanto uma viatura foi incendiada.
"Uma ajudante
de um camião cujo motorista ficou carbonizado sofreu uma contusão e já teve
alta. Mas o hospital continua em prontidão para prestar primeiros socorros às
vítimas que derem entrada", disse à Lusa Pedro Vidamão, diretor do
hospital rural de Muxúnguè.
A região de
Muxúnguè tem sido palco de violentos confrontos entre o exército e homens
armados.
Desde o ataque e
ocupação da base da Renamo em Sadjundjira, a 21 de outubro, onde o líder, Afonso
Dhlakama, vivia há um ano, e de onde fugiu para lugar incerto, a frequência da
retaliação da Renamo tem crescido.
Após a força
conjunta da FIR e exército governamental ocupar esta semana a sede da Renamo no
distrito de Maringué (Sofala) e Rapale (Nampula), que agrupava os guerrilheiros
do antigo movimento, registaram-se quatro ataques numa semana na região de
Muxúnguè.
O grupo também
repeliu a tentativa de ocupação da sua base em Sitatonga (Manica) e, na
quinta-feira, avançou para recuperar a base de Sadjundjira, ferindo gravemente
três militares do exército e roubando as suas armas e munições.
Moçambique vive o
seu pior momento de tensão político-militar, após o Acordo Geral de Paz (AGP),
assinado entre Governo e Renamo em 1992.
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