domingo, 3 de novembro de 2013

MNE TIMORENSE ESPERA CAPTAR INVESTIMENTO CHINÊS PARA O PAÍS

 


Díli, 03 nov (Lusa) -- O Fórum Macau é uma janela para um maior investimento chinês nos países de língua portuguesa e permite também potenciar as exportações para a China, considera o chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres.
 
"O Fórum Macau é extremamente útil para cada um dos nossos países. Para aproveitarmos esta janela para termos maior investimento da China e também exportar os nossos produtos para a China, uma vez que a China hoje é a segunda economia mundial e cada vez mais vai ter uma maior contribuição para a economia", afirmou o titular da pasta diplomática de Timor.
 
Nos dias 5 e 6 de novembro, vai realizar-se a 4.ª conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mais conhecido por Fórum Macau.
 
Intitulado "Novo ciclo, novas oportunidades", o evento visa consolidar os resultados já obtidos e conferir maior importância ao desempenho do papel de Macau como o vínculo entre o interior da China e os países de língua portuguesa, elevando o nível de cooperação económica e comercial.
 
"O Fórum de Macau é um veículo para o estreitamento das relações económica e técnica entre a China e os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Acreditamos que o Fórum poderá desempenhar um grande papel no acelerar um maior investimento, em particular, da parte da China nos nossos países", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense.
 
Segundo José Luís Guterres, a China "está muito presente" em Timor-Leste, ao nível do comércio, pequenas empresas, mas também ao nível dos grandes projetos, dando como exemplo o setor elétrico, um dos maiores investimentos feito pelo executivo timorense.
 
"Aqui na região da Ásia, não se pode fazer política económica e política internacional sem termos presente a China e para a CPLP é extremamente positivo ter este veículo (o Fórum Macau) na sua relação com a China", afirmou.
 
Na conferência vai ser também elaborado o Plano de Ação para a Cooperação Económica e Comercial para o triénio 2013-2016, em que serão definidos os objetivos e as áreas de cooperação entre China e os países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste).
 
Ao longo dos dez anos, desde que o Fórum Macau foi criado, a China e os países de língua portuguesa têm desenvolvido em conjunto as mais variadas áreas de cooperação, tais como as do comércio, investimento, agricultura, recursos humanos, turismo, indústria farmacêutica e saúde e cultura.
 
Segundo as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, divulgadas em setembro pelo Secretariado Permanente do Fórum Macau, as trocas comerciais entre a China e os países lusófonos sofreram uma quebra de 2,98% entre janeiro e julho para 73,65 mil milhões de dólares (55,72 mil milhões de euros).
 
Timor-Leste foi o país do universo da lusofonia que sofreu a maior quebra em termos do volume de comércio bilateral com a China, o qual caiu 38,13% entre janeiro e julho para 19,68 milhões de dólares (14,89 milhões de euros) principalmente devido ao recuo - em idêntica proporção - das exportações chinesas.
 
As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa (PLP) mais do que duplicaram nos últimos quatro anos, impulsionadas pelo Brasil e Angola, que valem mais de 100 dos 130 mil milhões de dólares movimentados nestes nove países.
 
De acordo com os dados da Alfândega Chinesa, a que a Lusa teve acesso, em 2009 o total das trocas entre a China e os PLP - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe - representavam 62,4 mil milhões de dólares, valendo no final do ano passado 128,5 mil milhões de dólares.
 
Timor Leste é o penúltimo parceiro comercial da China em termos de volume de negócio. Nos primeiros nove meses deste ano, de acordo com os dados da alfândega chinesa, Timor importou bens e serviços no valor de 30,4 mil milhões de dólares, uma descida de 30% face aos valores do mesmo período do ano passado.
 
A balança comercial é favorável a Timor Leste por números esmagadores: Timor vendeu à China o equivalente a 30,1 mil milhões de dólares, tendo importado apenas 379 mil dólares.
 
MSE/MBA (DM/JCS) // PJA
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana