Díli, 03 nov (Lusa)
-- O Fórum Macau é uma janela para um maior investimento chinês nos países de
língua portuguesa e permite também potenciar as exportações para a China,
considera o chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres.
"O Fórum Macau
é extremamente útil para cada um dos nossos países. Para aproveitarmos esta
janela para termos maior investimento da China e também exportar os nossos
produtos para a China, uma vez que a China hoje é a segunda economia mundial e
cada vez mais vai ter uma maior contribuição para a economia", afirmou o
titular da pasta diplomática de Timor.
Nos dias 5 e 6 de
novembro, vai realizar-se a 4.ª conferência ministerial do Fórum para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua
Portuguesa, mais conhecido por Fórum Macau.
Intitulado
"Novo ciclo, novas oportunidades", o evento visa consolidar os
resultados já obtidos e conferir maior importância ao desempenho do papel de
Macau como o vínculo entre o interior da China e os países de língua
portuguesa, elevando o nível de cooperação económica e comercial.
"O Fórum de
Macau é um veículo para o estreitamento das relações económica e técnica entre
a China e os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Acreditamos que o Fórum poderá desempenhar um grande papel no acelerar um maior
investimento, em particular, da parte da China nos nossos países", disse o
ministro dos Negócios Estrangeiros timorense.
Segundo José Luís
Guterres, a China "está muito presente" em Timor-Leste, ao nível do
comércio, pequenas empresas, mas também ao nível dos grandes projetos, dando
como exemplo o setor elétrico, um dos maiores investimentos feito pelo
executivo timorense.
"Aqui na
região da Ásia, não se pode fazer política económica e política internacional
sem termos presente a China e para a CPLP é extremamente positivo ter este
veículo (o Fórum Macau) na sua relação com a China", afirmou.
Na conferência vai
ser também elaborado o Plano de Ação para a Cooperação Económica e Comercial
para o triénio 2013-2016, em que serão definidos os objetivos e as áreas de
cooperação entre China e os países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste).
Ao longo dos dez
anos, desde que o Fórum Macau foi criado, a China e os países de língua
portuguesa têm desenvolvido em conjunto as mais variadas áreas de cooperação,
tais como as do comércio, investimento, agricultura, recursos humanos, turismo,
indústria farmacêutica e saúde e cultura.
Segundo as
estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, divulgadas em setembro pelo
Secretariado Permanente do Fórum Macau, as trocas comerciais entre a China e os
países lusófonos sofreram uma quebra de 2,98% entre janeiro e julho para 73,65
mil milhões de dólares (55,72 mil milhões de euros).
Timor-Leste foi o
país do universo da lusofonia que sofreu a maior quebra em termos do volume de
comércio bilateral com a China, o qual caiu 38,13% entre janeiro e julho para
19,68 milhões de dólares (14,89 milhões de euros) principalmente devido ao
recuo - em idêntica proporção - das exportações chinesas.
As trocas
comerciais entre a China e os países de língua portuguesa (PLP) mais do que
duplicaram nos últimos quatro anos, impulsionadas pelo Brasil e Angola, que
valem mais de 100 dos 130 mil milhões de dólares movimentados nestes nove
países.
De acordo com os
dados da Alfândega Chinesa, a que a Lusa teve acesso, em 2009 o total das
trocas entre a China e os PLP - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe - representavam 62,4
mil milhões de dólares, valendo no final do ano passado 128,5 mil milhões de
dólares.
Timor Leste é o
penúltimo parceiro comercial da China em termos de volume de negócio. Nos
primeiros nove meses deste ano, de acordo com os dados da alfândega chinesa,
Timor importou bens e serviços no valor de 30,4 mil milhões de dólares, uma
descida de 30% face aos valores do mesmo período do ano passado.
A balança comercial
é favorável a Timor Leste por números esmagadores: Timor vendeu à China o
equivalente a 30,1 mil milhões de dólares, tendo importado apenas 379 mil
dólares.
MSE/MBA (DM/JCS) //
PJA
Sem comentários:
Enviar um comentário