Homens armados
atacaram hoje o contingente do exército estacionado no quartel de Sadjundjira,
na Serra da Gorongosa, Sofala, centro de Moçambique, numa "tentativa de
retomar" a antiga base de Afonso Dhlakama, disse à Lusa uma fonte militar.
A 21 de outubro, o
exército governamental assaltou e ocupou a base de Sadjundjira, onde vivia há
um ano o líder da Resistencia Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, e
de onde fugiu para parte incerta.
"Por volta das
11:00 (09:00 de Lisboa), o exército foi surpreendido por tiros que vinham no
sentido contrário à Serra da Gorongosa. Houve uma resposta ao ataque que durou quase
meia hora", relatou à agência Lusa o militar, que pediu anonimato.
Este é o terceiro
ataque que guerrilheiros armados protagonizam em menos de 10 dias na região
contra o exército, sobretudo nas redondezas da antiga base da Renamo, depois do
assalto e ocupaçao do local pelas tropas governamentais, que o pretendem
transformar em quartel.
Na terça-feira
passada, o exército governamental sofreu oito baixas (quatro homens morreram no
local e outros quatro no hospital), e ferimentos em mais 18 militares, após uma
emboscada de rebeldes, a meio caminho entre Casa Banana e Vunduzi (Sadjundjira),
na Gorongosa, a poucos quilómetros da antiga base do movimento.
Na quarta-feira,
homens armados metralharam um posto policial em Nhamadze (Canda), a cerca de 20
quilometros da vila sede do distrito de Gorongosa, vandalizaram e roubaram
"kits" de medicamentos e outros utensílios do centro de saude da
zona.
Na semana passada,
dois homens, alegadamente guerrilheiros da Renamo, feriram três militares, a
quem roubaram as armas quando tomavam banho no rio Vunduzi, à escassos dois
quilómetros da base de Sadjundjira.
Moçambique vive o
seu pior momento de tensão político-militar apos a assinatura dos acordos de
paz entre o Governo e a Renamo, em 1992, que colocaram fim de 16 anos de
guerra, sob apelos de "diálogo e reconciliação" entre as partes.
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