sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Portugal: “INVASÃO DA ESCADARIA DO PARLAMENTO FOI INACEITÁVEL” – Macedo

 


O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, classificou hoje como "absolutamente inaceitáveis" os acontecimentos que motivaram a invasão da escadaria do parlamento durante uma manifestação de polícias, garantido que "foi uma exceção que não voltará a repetir-se".
 
"Num Estado de direito há regras que devem ser observadas e limites que não podem ser ultrapassados. Os agentes de segurança são os primeiros a reconhecer que é mesmo assim. O que ontem sucedeu é, por isso mesmo, uma exceção, não voltará a repetir-se", afirmou Miguel Macedo, em conferência de imprensa, no Ministério da Administração Interna.
 
Milhares de polícias manifestaram-se na quinta-feira em Lisboa e, depois de derrubarem uma barreira policial, conseguiram chegar à entrada principal da Assembleia da República, onde cantaram o hino nacional e depois desmobilizaram voluntariamente.
 
Miguel Macedo sublinhou o caráter de excecionalidade do que aconteceu na quinta-feira nas escadarias do parlamento "é um requisito essencial, não apenas da defesa de um Estado de direito, mas também da defesa da imagem de prestígio e de credibilidade dos agentes e das forças de segurança".
 
"E por isso, os portugueses sabem que têm e continuarão a ter na PSP, e nas forças de segurança, e em todos os seus agentes, um referencial de coesão e credibilidade no cumprimento da lei e na observância das regras de um Estado de direito democrático", acrescentou.
 
Miguel Macedo sublinhou que os próprios agentes das forças de segurança já reconheceram que a invasão da escadaria da Assembleia da República é "absolutamente inaceitável".
 
"As regras de segurança são para ser cumpridas. Quem tem por missão fazê-las respeitar não pode dar o exemplo de as violar", defendeu o ministro.
 
Os acontecimentos que marcaram a manifestação das forças de segurança de quinta-feira motivaram o pedido de demissão do diretor nacional da PSP Paulo Valente Gomes, aceite pelo ministro ainda durante a manhã de hoje.
 
Ao final do dia soube-se que o superintendente Valente Gomes vai ser substituído no cargo pelo comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP), superintendente Luís Peça Farinha, o que foi confirmado por Miguel Macedo durante a conferência de imprensa.
 
Lusa, em Notícias ao Minuto
 
PSP Ex-director nacional sai com "sentimento do dever cumprido"
 
Paulo Valente Gomes deixou esta sexta-feira a direcção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), mas não saiu sem antes deixar uma carta de despedida ao efectivo, dizendo-se de “consciência tranquila” e com “o sentimento do dever cumprido”, lê-se num documento assinado pelo ex-dirigente, a que o Diário de Notícias (DN) teve acesso.
 
“(…) Decidi, de forma consciente e serena, solicitar a S. Excelência o Ministro da Administração Interna a cessação de funções do cargo de Director Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP)”, começa assim a carta que Paulo Valente Gomes deixou aos efectivos daquela força de segurança, a que o DN teve acesso.
 
Naquele documento, o ex-director nacional da PSP disse ter tomado aquela decisão “na convicção de que a PSP é uma Instituição com 150 anos de História e de permanentes sucessos: temos sabido cumprir a nossa missão com grande profissionalismo e inteligência, correspondendo a todas as exigências operacionais de segurança interna”.
 
O profissional referiu também que sai com a consciência perfeitamente tranquila e com o sentimento do dever cumprido, graças ao apoio e dedicação dos membros desta Direcção e de todos vós, sem excepção”.
 
Além disso, “a minha profunda preocupação é zelar pelo superior interesse da grande Instituição que é a nossa PSP”, “num momento de dificuldades para o País”, acrescentou Paulo Valente Gomes.
 
O ex-dirigente terminou afirmando: “Tenho muito orgulho em ter sido o vosso Comandante e Director. Vou continuar a servir a minha Pátria com o mesmo empenho de sempre”, garantiu.
 
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