O ministro da
Administração Interna, Miguel Macedo, classificou hoje como "absolutamente
inaceitáveis" os acontecimentos que motivaram a invasão da escadaria do
parlamento durante uma manifestação de polícias, garantido que "foi uma
exceção que não voltará a repetir-se".
"Num Estado de
direito há regras que devem ser observadas e limites que não podem ser
ultrapassados. Os agentes de segurança são os primeiros a reconhecer que é
mesmo assim. O que ontem sucedeu é, por isso mesmo, uma exceção, não voltará a
repetir-se", afirmou Miguel Macedo, em conferência de imprensa, no
Ministério da Administração Interna.
Milhares de
polícias manifestaram-se na quinta-feira em Lisboa e, depois de derrubarem uma
barreira policial, conseguiram chegar à entrada principal da Assembleia da
República, onde cantaram o hino nacional e depois desmobilizaram
voluntariamente.
Miguel Macedo
sublinhou o caráter de excecionalidade do que aconteceu na quinta-feira nas
escadarias do parlamento "é um requisito essencial, não apenas da defesa
de um Estado de direito, mas também da defesa da imagem de prestígio e de
credibilidade dos agentes e das forças de segurança".
"E por isso,
os portugueses sabem que têm e continuarão a ter na PSP, e nas forças de
segurança, e em todos os seus agentes, um referencial de coesão e credibilidade
no cumprimento da lei e na observância das regras de um Estado de direito
democrático", acrescentou.
Miguel Macedo
sublinhou que os próprios agentes das forças de segurança já reconheceram que a
invasão da escadaria da Assembleia da República é "absolutamente
inaceitável".
"As regras de
segurança são para ser cumpridas. Quem tem por missão fazê-las respeitar não
pode dar o exemplo de as violar", defendeu o ministro.
Os acontecimentos
que marcaram a manifestação das forças de segurança de quinta-feira motivaram o
pedido de demissão do diretor nacional da PSP Paulo Valente Gomes, aceite pelo
ministro ainda durante a manhã de hoje.
Ao final do dia
soube-se que o superintendente Valente Gomes vai ser substituído no cargo pelo
comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP), superintendente Luís Peça
Farinha, o que foi confirmado por Miguel Macedo durante a conferência de
imprensa.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
PSP Ex-director
nacional sai com "sentimento do dever cumprido"
Paulo Valente Gomes
deixou esta sexta-feira a direcção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP),
mas não saiu sem antes deixar uma carta de despedida ao efectivo, dizendo-se de
“consciência tranquila” e com “o sentimento do dever cumprido”, lê-se num
documento assinado pelo ex-dirigente, a que o Diário de Notícias (DN) teve
acesso.
“(…) Decidi, de
forma consciente e serena, solicitar a S. Excelência o Ministro da
Administração Interna a cessação de funções do cargo de Director Nacional da
Polícia de Segurança Pública (PSP)”, começa assim a carta que Paulo Valente
Gomes deixou aos efectivos daquela força de segurança, a que o DN teve acesso.
Naquele documento,
o ex-director nacional da PSP disse ter tomado aquela decisão “na convicção de
que a PSP é uma Instituição com 150 anos de História e de permanentes sucessos:
temos sabido cumprir a nossa missão com grande profissionalismo e inteligência,
correspondendo a todas as exigências operacionais de segurança interna”.
O profissional
referiu também que sai com a consciência perfeitamente tranquila e com o
sentimento do dever cumprido, graças ao apoio e dedicação dos membros desta
Direcção e de todos vós, sem excepção”.
Além disso, “a
minha profunda preocupação é zelar pelo superior interesse da grande
Instituição que é a nossa PSP”, “num momento de dificuldades para o País”,
acrescentou Paulo Valente Gomes.
O ex-dirigente
terminou afirmando: “Tenho muito orgulho em ter sido o vosso Comandante e
Director. Vou continuar a servir a minha Pátria com o mesmo empenho de sempre”,
garantiu.
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ao Minuto
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