Enquanto os
deputados debatem em plenário a aprovação do Orçamento do Estado para 2014, à
porta da Assembleia da República ecoam gritos de revolta contra as medidas
previstas no documento que traça o destino do País, e da carteira dos
portugueses, para o próximo ano.
“Demissão, demissão!”. Estas são as palavras
de ordem que podem ouvir-se neste momento junto à Assembleia da República, onde
estão concentradas centenas de pessoas, em virtude de uma iniciativa organizada
convocada pela CGTP, que visa protestar contra o Orçamento do Estado para 2014,
que hoje será aprovado na generalidade.
O protesto começou
pouco depois das 10h00, altura em que se concentravam junto ao Parlamento cerca
de uma centena de pessoas, mas o número de manifestantes foi aumentando mais
perto das 11h00, quando se juntaram duas colunas, uma proveniente da Rua de S.
Bento e outra da Rua de S. Carlos.
Pouco antes, os
estivadores anunciaram ruidosamente a sua chegada, descendo de punho no ar uma
das escadas de acesso à Assembleia da República gritando: "Passos, escuta,
és um ..." e "a escumalha de Portugal são vocês".
Vítor Alua, um
professor reformado, de 68 anos, é um dos manifestantes que hoje quiseram
marcar presença no protesto, porque é "contra os neoliberais que estão no
Governo".
Envergando um
chapéu de bruxa e uma foice, num traje alusivo ao Dia de Halloween, que se
celebra de 31 de Outubro para 1 de Novembro, o antigo professor lamentou as
políticas que lhe levaram parte substancial da reforma e prejudicaram outros
membros da família.
A mulher,
exemplificou, foi despedida do restaurante onde trabalhava "cujos patrões
também estão aflitos", devido à subida do IVA e uma filha, com 40 anos,
foi obrigada a emigrar para Cabo Verde.
Questionado sobre
se espera que a sua presença pode contribuir para algumas mudanças, Vítor Alua
sublinhou que o que conta não são as palavras, mas sim a intenção.
"Sou pela
educação, mas admiro os 'sound bytes', o chavão político dos estivadores",
rematou.
Os protestos de
hoje são organizados pela CGTP numa iniciativa que tem como lema "Não ao
Orçamento da Exploração e do Empobrecimento. Acabar com o roubo dos salários e
dos feriados. Demitir este Governo, Eleições Antecipadas!".
Recorde-se que no
dia do protesto da central sindical que se concentrou em Alcântara, Arménio
Carlos chamou "todos à Assembleia da República”, no dia que se aprovará na
generalidade o Orçamento do Estado para 2014.
Notícias ao Minuto,
com Lusa
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