quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Angola: CIMEIRA DE LUANDA AVALIA PAZ NA REGIÃO

 


Delegações participantes na 5ª Cimeira Ordinária da Conferência Internacional dos Grandes Lagos (CIRGL) começaram já a chegar a Luanda para participar nas discussões sobre a paz, estabilidade e desenvolvimento da região.
 
A reunião começa com o encontro dos Chefes dos Estados Maiores e Chefes dos Serviços de Inteligência e termina com a cimeira dos Chefes de Estado e de Governo na quarta-feira, no Centro de Convenções de Talatona, onde se esperam as posições dos líderes sobre a paz e segurança na região e os caminhos para o desenvolvimento.

Para sábado, está previsto o encontro dos ministros da Defesa, a que se segue o encontro dos Coordenadores Nacionais, no domingo e segunda-feira. Para terça-feira, a agenda prevê uma reunião do Comité Interministerial Regional.

Os líderes de Governo são aguardados na terça-feira, para a cimeira que marca o arranque do mandato de dois anos de Angola na presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos.

Experiência de paz

O ministro da Defesa Nacional afirmou, em declarações à imprensa, que durante o mandato de dois anos, Angola vai privilegiar a busca de soluções pacíficas para os conflitos no continente.

Cândido Van-Dúnem disse que Angola vai transmitir a sua experiência de estabilidade política e bater-se pela paz e segurança na região e no continente. “Angola tem todas as condições para continuar a ser um parceiro estratégico na pacificação da região”, afirmou o ministro.

O país foi eleito durante a sexta Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, que decorreu em Julho em Nairobi, para suceder ao Uganda.

O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, representou Angola em nome do Presidente José Eduardo dos Santos. Durante os trabalhos, os participantes analisaram os relatórios do comité de ministros da Defesa da Região dos Grandes Lagos e do facilitador das negociações entre a República Democrática do Congo e o Movimento M-23, e da conferência interministerial sobre o grau de aplicação do acordo quadro referente à paz, segurança e desenvolvimento da República Democrática do Congo (RDC) e da Região dos Grandes Lagos.

No final dos trabalhos, os Chefes de Estado e de Governo ou seus representantes aprovaram uma declaração sobre a situação de segurança na região dos Grandes Lagos e no leste da República Democrática do Congo. A agenda da Cimeira de Nairobi foi praticamente preenchida pela situação no leste da República Democrática do Congo. A realização da Cimeira, que esteve prevista para Luanda, decorreu da assinatura, a 24 de Fevereiro, em Adis Abeba, do acordo quadro para a paz, segurança e cooperação para a RDC e a Região dos Grandes Lagos. Subscreveram o documento os países que partilham fronteiras com a RDC, as Nações Unidas, União Africana, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e CIRGL.

Em Outubro, a subsecretária-geral das Nações Unidas para os Grandes Lagos esteve em Luanda, no quadro de contactos permanentes com vários líderes africanos, entre os quais o Chefe de Estado da RDC, Joseph Kabila, e com a presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Joyce Banda.

Mary Robinson foi recebida em Luanda pelo Presidente José Eduardo dos Santos, com quem analisou o conflito entre as forças governamentais da RDC e rebeldes do M-23, em Goma.

“Fiquei feliz por ter conversado com o Presidente José Eduardo dos Santos, porque se trata de um momento crítico que nos leva a concluir que o processo deve passar pela aplicação completa do Acordo Quadro assinado em Addis Abeba em Fevereiro”, defendeu na altura a enviada especial de Ban Ki-moon.

Os membros da CIRGL são Angola, República Democrática do Congo, Congo Brazzaville, República Centro Africana, Zâmbia, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Quénia, Burundi, Ruanda e Uganda.

Jornal de Angola – foto Paulo Mulaza
 

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