Uma passageira
guineense afirmou hoje que a TAP está a garantir a ligação Bissau-Lisboa pela
cidade marroquina de Casablanca e não por Dakar (Senegal), afirmando ter feito
uma viagem de 14 horas, em vez das quatro previstas.
Em declarações à
agência Lusa, Cadija Monteiro relatou, à chegada a Lisboa, que a viagem de
Bissau até à capital portuguesa demorou 14 horas quando devia prolongar-se por
apenas quatro horas, tendo em conta “o valor total pago”.
A Lusa tentou
contactar a TAP sobre esta questão, mas ainda não obteve resposta.
“Estão a brincar
connosco. As malas não vêm, tenho um colega que foi para lá [Bissau] há três
semanas e a sua mala não foi. Agora acham que nos podem pôr a passear por
África: fomos até Banjul (Gâmbia) e depois para Marrocos”, criticou a
passageira.
Cadija Monteiro
referiu que na cidade marroquina de Casablanca esteve 12 horas à espera para
seguir viagem para Lisboa.
A passageira
garantiu que não lhe foi dada alternativa de escala em Dakar, a capital do Senegal,
de onde a TAP anunciou que faria ligações depois de se recusar a voar para
Bissau devido ao embarque forçado, em dezembro, de 74 refugidos com destino a
Lisboa.
“O email que recebi
da TAP de Lisboa é que posso ir de Dakar, mas no balcão em Bissau disseram que
não é verdade. Impuseram como única alternativa para sair de Bissau com a TAP
era via Bissau-Marrocos-Lisboa e ainda nos dão uma desagradável surpresa que foi
termos de ir até à Gâmbia”, afirmou à Lusa.
Segundo a mesma
fonte, a viagem foi feita num aparelho da TAP entre Casablanca e Lisboa, porque
a saída de Bissau foi feita “numa candonga”.
No aeroporto de
Lisboa, a passageira contactou com uma responsável da TAP, que a encaminhou
para um número de telefone que não é atendido.
“Se a TAP tem um
problema com a Guiné-Bissau e com o Governo da Guiné-Bissau que o resolva e se
não quer transportar passageiros guineenses que lhes devolva o dinheiro”,
defendeu.
Uma comissão de
inquérito sobre os incidentes com o avião da TAP, ocorridos no dia 10 de
dezembro passado, concluiu que foi o ministro do Interior do Governo de
transição, António Suca Ntchama quem pressionou a tripulação da companhia aérea
portuguesa a transportar os 74 sírios para Lisboa, onde acabaram por pedir
asilo político a Portugal.
O primeiro-ministro
do Governo de transição do país, Rui de Barros, afirmou hoje que o Ministério
Público vai apurar todas as responsabilidades criminais do caso.
O ministro dos
Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, disse hoje que não está garantida
a segurança para serem retomadas as ligações aéreas entre Portugal e a
Guiné-Bissau, reiterando esperar que seja eleito naquele país um “Governo
legitimado” em março.
PL (MB) // ARA -
Lusa
1 comentário:
é tao triste a historia dessa passageira assim como todos os passageiros mas a culpa nao é da TAP. Todos os passageiros que estao a espera do voo para Portugal estao com medo de criticar os nossos bandidos governantes,porque ali no aerporto ha alguns funcionarios que sao da propria familia desses bandidos entao é melhor calar-se, é triste o que se passa na GUINE BISSAU!!!!
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