A socióloga Rita
Ribeiro dá hoje uma entrevista ao Público em que explica que “as reitorias
nunca tiveram vontade de expulsar a praxe ou de a domesticar sequer, porque os
reitores precisam de ter os alunos do seu lado”. Para a investigadora, “a
solução não está na rejeição completa”, mas em “algum equilíbrio da
domesticação destas práticas”.
Na tentativa de
“entender” o fenómeno das praxes académicas, a Universidade do Minho encomendou
um estudo à socióloga Rita Ribeiro, que falou com o Público sobre o tema que
tando tem sido comentado após a tragédia no Meco.
Nas palavras da
investigadora, a praxe rege-se por uma “ideia de tradição” e por um sinal de
“reconhecimento estatutário por parte da sociedade” (…), que “servem para
constituir aquilo a que alguns autores chamam o espírito de corpo” e em que há
um “pacto de silêncio” que funciona como “proteção” entre o grupo.
Trata-se de um
conjunto de práticas e limitações “implícitas”, daí a diversidade entre a praxe
de umas universidades e cursos para outros, “em que há uma hierarquia muito
forte, sobretudo nos primeiros tempos, e em que há uma formatação completa
daqueles que estão a ser praxados”, como contatou Rita Ribeiro.
Mas, apesar das
críticas que têm surgido ao longo dos últimos anos, “as reitorias nunca tiveram
vontade de expulsar a praxe ou de a domesticar sequer, porque os reitores
precisam de ter os alunos do seu lado”.
“A solução não está
numa rejeição completa. Algum equilíbrio da domesticação destas práticas é o
ideal, mas não é fácil de se conseguir”, explicou.
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