… “fazer de tudo”
contra o Governo
Pedro Sales Dias -
Público
Agentes acusam o
Governo de querer “destruir as polícias” com cortes médios de 200 euros nos
salários.
Os cortes
detectados ontem nos recibos dos vencimentos a pagar este mês estão a revoltar
os polícias. “Em média cada um vai receber menos 200 euros, num salário de mil.
Ultrapassaram-se os limites. O Governo quer destruir as polícias e, por isso,
há um clima de revolta. Os polícias estão agora, como não estavam há anos,
disponíveis para fazer de tudo”, disse o secretário da Comissão Coordenadora
Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos profissionais das Forças e
Serviços de Segurança, Paulo Rodrigues, numa alusão a redução salarial
decretada pelo Governo para toda a função pública.
A CCP, que integra
os principais sindicatos da GNR, PSP, SEF, Polícia Marítima, Guardas Prisionais
e ASAE, reúne esta sexta-feira para decidir que medidas tomar contra os cortes
e o aumento da comparticipação para o subsistema de saúde.
“Outra manifestação
igual à de 21 de Novembro é possível. Não queremos incitar a nada, mas já não é
possível reprimir a revolta. Poderão vir a ser decididas ainda outras formas de
luta”, explicou o também presidente da Associação Sindical dos Profissionais de
Polícia que culpa o primeiro-ministro por não ter aceitado reunir-se com os
sindicatos.
Paulo Rodrigues
explicou que “muitos dos agentes sentem-se atacados na sua dignidade por virem
a não ter dinheiro para pagar as casas. Vamos chegar ao cúmulo de ter polícias
incumpridores obrigados a fazer biscates como antigamente para terem dinheiro
suficiente”, disse.
Os cortes atingem
todos os funcionários públicos, mas o sindicalista lembra que “os polícias têm
ordenados mais baixos e uma missão importante na garantia da segurança”. O
Governo aprovou ontem uma proposta de aumento de 2,5 por cento para 3,5 por
cento dos descontos para o subsistema de saúde dos polícias.
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