Pedro Araújo –
Jornal de Notícias
Entre 2008 e 2013,
a Segurança Social perdeu 350 mil contribuintes, "ganhando" mais 180
mil novos pensionistas. As transferências do Orçamento cresceram 2 mil milhões
e tentam compor o cenário.
A seu cargo, a
Segurança Social tinha, em finais de 2013, 5,1 milhões de subsídios e pensões,
correspondendo, grosso modo, a pelo menos quatro milhões de beneficiários, uma
vez que muitos apoios podem ser cumulativos (abono de família e subsídio de
desemprego ou pensão de velhice e sobrevivência, por exemplo).
Desde 2008, o
número de trabalhadores a descontar para o regime geral passou de 3,2 milhões
para 2,9 milhões, em novembro passado, segundo dados da Segurança Social
recolhidos pelo Banco de Portugal. Uma perda pesada de 350 mil ou de 322 mil se
recuarmos ao ano da chegada da troika (2011). Este fenómeno tem várias
explicações possíveis.
Em primeiro lugar,
os empregos destruídos foram 684,3 mil entre 2008 e 2013, sendo que neste
último ano havia mais 450 mil desempregados face a 2008, segundo dados médios
anuais do INE. O número de novos pensionistas de velhice, sobrevivência e
invalidez surgidos naquele período foi de 180 mil, totalizando 2,9 milhões no
ano passado (excluindo-se aqui os da CGA). Uma quota parte terá emigrado (em
2013, abandonaram o país cerca de 100 mil a 120 mil), criando-se aqui um fluxo
de substituição entre portugueses desempregados que emigraram e outros que
estavam empregados e ficaram entretanto sem trabalho, permanecendo contudo em
território nacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário