António Borges
Não nutrindo grande
simpatia pelo senhor (para o que ele se está, com certeza, absolutamente nas
tintas…e muito bem…), sem que estejam em causa os excepcionais dotes literários
que possui, e muito menos por uma questão pessoal já que nem sequer o conheço, não
resisto no entanto, a respigar neste texto uma parte substancial dum artigo que
escreveu, subordinado ao título “Portugal – visto por António Lobo Antunes”, no
qual glosa, a meu ver, e de forma brilhante, com alguns aspectos do nosso
actual quotidiano.
Diz Lobo Antunes:
“…Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda
compramos coisas, que injustiça tanta queixa, tanto lamento…!
Isto é
internacional, e nós estúpidos, culpamos logo o governo…
Quem nos dá este
solzinho, quem é? E de graça! Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a
trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos. Deixam de ser ministros e
a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o
Sr. Mexia, o Sr. Dias Loureiro, o Sr. Jorge Coelho, coitados! Não há um único
que não esteja na franja da miséria. Um único! Mais aqueles rapazes generosos
que, não sendo ministros, deram o litro pelo país e só por orgulho não estendem
a mão à caridade.
O Sr. Rui Pedro
Soares, os Srs. Penedos, pai e filho, que isto da bondade, às vezes é
hereditário, dúzias deles. Tenham sentido da realidade, portugueses, sejam
gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem!
Uns sacrificados,
uns Cristos, que pecado feio é a ingratidão!
O Sr. Vale e
Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O Sr. Carlos Cruz, outro
santo, bem o explicou em livros! E nós, por pura maldade, teimamos em não
entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por
exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal!
Pelo menos nesse
ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de
consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial
ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver: senta-te aqui ao meu
lado, ó Loureiro; senta-te aqui ao meu lado, ó Duarte Lima; senta-te aqui ao
meu lado ó Azevedo. O mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela
nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores,
que o céu lhes dê saúde e boa sorte, e demais penitentes de coração puro,
espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho.
E com a bandeirinha
nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia-miúda no coração.
E melhoram-nos,
obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de
bem-aventuranças da Eternidade!
As empresas fecham,
os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o
ar que respiramos, e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora
destas medidas!
Reformas ridículas,
ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem
dificuldade o buraco da agulha, enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor
ao próximo, de uma Eternidade feliz?
A transcendência
deste acto dá-me vontade de ajoelhar-me à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à
sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos…Vale e Azevedo
para os Jerónimos, já! Dias loureiro para o Panteão, já! Jorge Coelho para o
Mosteiro de Alcobaça, já! Sócrates para a Torre de Belém, já!
Fora com o Soldado
Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros
de história nos enganaram. Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando
Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito,
Estátuas Equestres para todos, veneração nacional!
Esta mania tacanha
de perseguir o Sr. Oliveira e Costa! Libertem-no! Esta pouca vergonha contra os
poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos, como o provou o Sr.
Vale e Azevedo, como provou o Sr. Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com
fins inconfessáveis.
Admitam-no. E
voltem a pôr o Sr. Dias Loureiro no Conselho de Estado de onde o obrigaram, por
maldade e inveja, a sair.
Quero o Sr. Mexia
no Terreiro do Paço, no lugar de D. José que, aliás, era um pateta.
Quero outro mártir
qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano.
Acabem com a pouca
vergonha dos Sindicatos.
Acabem com as
greves, os protestos, por favor deixem de pecar.
Como pedia o Dr.
João das Regras, olhai, olhai bem, mas vede. E tereis mais fominha e, em
consequência, mais Paraíso! Agradeçam este Solzinho.
Agradeçam a Linha
Branca.
Agradeçam a sopa e
a peçazita de fruta do jantar.
Abaixo o Bem-Estar.
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Sinceramente,
sejamos justos, a que mais se pode aspirar?
O resto são coisas
insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao
médico e à farmácia…ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez
de protestarem?
Da mesma forma que
os processos importantes em tribunal, a indignação há-de fatalmente prescrever.
E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros
com os bifes nas bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes…”.
O tom jocoso do
texto de Lobo Antunes não esconde, porém, a triste realidade daquilo que é hoje
o nosso país, antes denuncia, com veemência, alguns dos aspectos mais evidentes
que vêm caracterizando esta ditadura que se pretende disfarçar de democracia: a
corrupção e a protecção dada a corruptos de determinadas castas, a bajulação
relativamente à banca e ao grande capital, a sufocante carga fiscal sobre os
estratos populacionais mais débeis, o desemprego absurdo (porque resultante na
sua maior parte das políticas erradas…maugrado os tais “sinais”…), as penhoras
sobre aqueles que vêem, sem apelo nem agravo, os seus rendimentos a diminuir
perante o tirânico esbulho por imposição governamental, e a destruição de
serviços de apoio social cuja conquista nos orgulhava, tudo sob o olhar
“desatento” (ou atrasado…) de uma justiça que tarda em fazê-la!
Desatenta a
justiça, mas mais que atenta a governação, sempre pronta a iludir com
“show-off’s” este estado de coisas, usando tal como nos diz Mário Motta no seu
artigo “Fado, Futebol e Fátima voltaram a Portugal. E a Ditadura?”, publicado a
20 de Janeiro no blog “Página Global”, “…para alienar e mascarar a miserável
realidade portuguesa, protagonizada pelos verdadeiros roubos aos seus cidadãos,
pela pobreza para que os empurraram e continuam a empurrar, pela desigualdade
gritante que, sem dúvida alguma, é inadmissível num país que se diz, e era
suposto, viver numa democracia representativa dos seus eleitores, onde os
eleitos zelassem pelos interesses dos que neles votaram – que é o mesmo que
zelar por Portugal sem “efes”, sem aprendizes nem sábios de ditaduras
disfarçadas de democracia.
E Mário Motta
acrescenta que Portugal é muito digno e quando o não é, a causa não é o seu
povo mas sim os péssimos políticos que, para serem eleitos, usam e abusam de
falsidades inadmissíveis. O resultado, acrescenta ainda Motta, é este engano
permanente que tem levado os portugueses a votarem onde e em quem não devem.
E esse engano
materializa-o o governo com um “foguetório” em que são intervenientes entusiastas
os principais ministros do actual executivo, nomeadamente o primeiro-ministro,
o vice primeiro-ministro, a inefável ministra das finanças, começando também a
aparecer em tal “função” o novo ministro da economia e, muito menos, mas o
suficiente…demais até, alvitro eu, o Sr. Poiares Maduro, esse “cavaleiro da
triste figura”, cuja função neste governo me escapa…”foguetório” esse em que os
ilustres governantes não se cansam de enfatizar os excelentes “sinais”
precursores de um futuro risonho, muito embora, advertem prudentes…não
estejamos ainda totalmente fora de eventuais dificuldades…” que, a acontecerem,
não serão por certo culpa sua (credo…só um cérebro distorcido poderia
arquitectar tal alarvidade…) e muito menos das miseráveis políticas que perseguem
mas, muito provavelmente…digo eu…dessa corja dos reformados, que insiste, teima
mesmo em viver, apesar de suficientemente espoliada dos seus magros
rendimentos, de tal modo que, na sua maioria, dificilmente arranja meios que
lhes permita subsistir com o mínimo de dignidade…ou talvez mesmo…dos
funcionários públicos e dos professores, calaceiros incorrigíveis…para não
falar dos militares e dos polícias, essa cáfila de parasitas inúteis, fechados
nos quartéis e nas esquadras, a jogar “póker” e a chupar “minis”…sendo por
essas e por outras que os nossos competentes e esforçados governantes se
obrigam, apesar dos tais “sinais”, a prosseguir com a sua depuradora política
de austeridade…para nosso bem, claro! Escumalha! Ingratos…ingratos é o que são,
reiterando aquilo que atrás foi dito por Lobo Antunes…
Logo, a acreditar
nesta treta facilmente chegaremos à conclusão que, embora o país melhore
(discurso oficial…eles é que dizem, provavelmente a pensar nas próximas
eleições…), a vida dos portugueses piora a olhos vistos, com a perspectiva
anunciada pela excelsa ministra das finanças de que nada será como dantes! Não
percebi essa de que nada será como dantes (deficiência minha…quem sou eu…),
pensando no entanto que a Sra. Ministra poderia querer dizer que não esperássemos
um novo período de abundância, em tudo semelhante aquele em que andámos por aí
a esbanjar muito, muito acima das nossas possibilidades! Um esbanjar parecido
ao que se fazia nas empresas públicas…não é verdade Sra. Ministra? Não
concorda…?
Ó Sra. Ministra, se
nada vai ser como dantes, como explica as realidades insertas nas duas
fotografias? É que, comparando-as apenas diferencio as designações: “sopa dos
pobres” em 1945 e “distribuição alimentar” em 2013…quanto ao resto é a fome que
está ali retratada, fome em 1945…e fome em 2013! Os senhores não têm vergonha
por estarem ao leme de um país que, dito desenvolvido, oferece ao mundo esta
deplorável e trágica imagem?
É a degradação
geral da nossa sociedade, com retrocessos em tudo o que é canto, sempre justificados,
mas impostos em prol não sei de quê…não sei mas desconfio…leis restritivas por
dá cá aquela palha, enfim, um povo espartilhado, sem perspectivas, sem emprego,
sem saúde, sem educação, enfim, sem futuro, governado por demagogos e
incompetentes…mas que mantêm os privilégios para determinadas “castas” à cabeça
das quais está a classe política, mas também alguns intocáveis como por exemplo
os diplomatas e os juízes (nomeadamente os do TC…), o Banco de Portugal e a
CGD…e outros…vamos lá a saber porquê?
A degradação
política (esta de ordem moral…) acompanha também a degradação social dum povo
que esta malfadada governação quer ver empobrecer…para melhor apoiar a alta
finança e as grandes empresas, onde esta malandragem espera sempre vir a
arranjar, no futuro, um “agasalho” compatível com a sua condição…alta,
altíssima condição…temos que dar valor ao mérito!
Disso mesmo nos
fala o Professor Paulo Morais, quando discursava no XV Encontro Público da
Plataforma Activa da Sociedade Civil, a 29 de Novembro de 2013, na Sala do
Senado da AR. Disse então Paulo Morais:
“…Nesta mesma casa,
sede do regime democrático e republicano, e perante aqueles que tinham acabado
de o eleger, o Presidente Manuel de Arriaga, ciente de que haviam depositado
nas suas mãos um bem precioso – a liberdade – prometeu, em nome dessa mesma
liberdade, a eliminação de privilégios que, sendo mantidos à custa da depressão
e da ofensa aos nossos semelhantes eram, para ele, malditos.
A eliminação de
privilégios malditos, porque o são à custa de um país deprimido, deve ser uma
preocupação primeira da AR, herdeira do nome e dos princípios da República de
Manuel de Arriaga…”.
Por esse motivo, é
entendimento de Paulo Morais que “…esta Assembleia devia combater todos os
privilégios indevidos, na defesa da ética republicana, e dos ideais de
liberdade e igualdade que enformam o mundo democrático contemporâneo. Mas, se é
verdade que vivemos hoje em liberdade, é também certo que, infelizmente a nossa
democracia carece de um enorme aprofundamento e melhoramento. A proximidade
entre interesses privados e o bem público é, actualmente, a regra vigente da
promíscua política nacional. A vida política é hoje interpretada por actores
que, frequentando simultaneamente os dois mundos, o dos negócios e o do interesse
público, confundem, em permanência, a lealdade que devem ao povo com a
fidelidade a quem os remunera.
Este é um problema
generalizado que se tem feito sentir nos diversos governos e nas entidades
reguladoras, assumindo particular simbolismo naquele que é o primeiro dos
órgãos representativos do regime – o parlamento.
No parlamento
português, nas últimas legislaturas, têm sido inúmeros os deputados que duma
forma aparente, potencial ou real, se colocavam ou colocam em situação de
conflito de interesses.
As ligações
empresariais dos deputados fazem-se sentir nos múltiplos sectores, mas
principalmente naqueles em que a promiscuidade é mais rentável, das obras
públicas ao ambiente, das finanças à saúde, da agricultura ao imobiliário.
Há dezenas de
deputados que acumulam a função parlamentar com a de administrador, director,
consultor ou advogado de empresas que desenvolvem grandes negócios com o
estado…”.
Nada do que ficou
dito foi contestado pelo que, como diz o povo “…quem cala consente…”. Mas, a
sabedoria popular não se queda por aí, também dizendo que “…quanto mais se mexe
na merda mais ela fede…”, o que talvez explique o silêncio em relação ao
discurso de Paulo Morais…
Por alguma razão
Portugal em cerca de 10 anos, desceu 10 lugares (passou de 23.º para 33.º…) no
“ranking” mundial da corrupção, ocupando agora uma invejável posição: situa-se
entre os mais corruptos do planeta! Na EU apenas tem atrás de si a Itália e a
Grécia!
Em perfeita
sintonia com o discurso governamental estão os “barões” da EU, que decidiu
(provavelmente, quem sabe… terão vindo cá ver…viram-nos?) que estamos
melhor…nós e os restantes “resgatados”, ou a resgatar…tudo está melhor…um
autêntico paraíso na terra… tudo para ver se conseguem passar a tese da
austeridade, e de quanto ela foi, e vai continuar a ser, benéfica para os
nossos destinos…
Neste quadro, em
que ninguém acredita, a ministra de Estado e das Finanças afirmou na pretérita
sexta-feira, dia 31 de Janeiro, que o país “…está numa fase de melhoria da
actividade económica e do sentimento de confiança…”, admitindo que ainda
existem muitos desafios a vencer, o que abre a porta a futuras arbitrariedades,
muito semelhantes às já cometidas…mas lá estou eu outra vez! Que ingratidão…que
ingratidão… em não reconhecermos aos governantes o direito natural (divino
até…) de nos conduzir… de nos amarfanhar, e até de nos foder até à medula, caso
seja essa a terapia necessária…
Por sua vez, o
ministro Paulo Portas, considerou, no mesmo dia, ser um motivo de esperança a
descida, “…lenta mas consistente…”, da taxa de desemprego…mas, claro, se
ninguém acredita na anterior, neste então…
E como não há bela
sem senão, logo no mesmo dia, ficámos a saber pelo secretário de estado do
orçamento que a dívida pública terá atingido em finais de 2013, 129% do PIB
(contra as perspectiva governamental que apontava para 127,8%...) adiantando o
Sr. secretário de estado que “…apesar dos esforços de consolidação orçamental
não foi ainda possível a redução da dívida pública…”. Ainda, diz o homem…
Em 31 de Janeiro
tomámos também conhecimento de que o número de empresas que antecipa ter de
despedir em 2014 aumentou, face aos dados disponíveis, diminuindo, por outro
lado, o número daquelas que espera contratar (INE). Como havemos nós de
interpretar este “sinal”? E qual a compatibilidade com o que disse P. Portas? E
como se compatibiliza isto com a “…melhoria da actividade económica…” de que
nos falava a Sra. ministra das finanças?
Entretanto, segundo
o mais recente Barómetro i/Pitagórica (publicado no pretérito sábado), os
portugueses mostram-se pouco ou nada confiantes com a recuperação económica tão
badalada pelo governo, situando a sua actuação (do governo, bem entendido…) em
7,1%, numa escala de 0 a 20, o que significa um novo chumbo às suas políticas,
com 35,5% dos inquiridos a opinar que 2014 será igual a 2013, logo muito mau,
29,5% a considerar que será ainda pior, e vá lá…25,5% que vão na mesma linha da
governação…( famílias, amigos, correligionários, “boys” e “girls”, “primos” e
“primas” e demais beneficiários…da distinta classe política, claro, completarão
a %...?)
O mesmo Barómetro
“preocupa-se” igualmente com Cavaco Silva, atribuindo àquele que é já
considerado pelo povo português “…o pior Presidente da República desde o
advento da democracia…” a brilhante classificação de 7,9% em 20 valores
máximos!
Podemos portanto
estar descansados…a crer nas estatísticas, estamos bem entregues…
E por estarmos bem
entregues, e porque o resultado da governação é muito promissor, o mundo do
trabalho, anunciou já pela voz do SG da Intersindical, que falava nas
manifestações que se realizaram no último fim de semana, um pouco por todo o
país, sob o lema “…Basta de injustiças e Desigualdades…”, que os meses de
Fevereiro e Março serão meses de luta, com greves, paralisações a par de outros
eventos, visando “…a resolução dos problemas que afectam a vida dos
trabalhadores…”.
E agora, para
terminar, que já vai demasiado longo este meu arrazoado, permito-me ainda
transcrever do artigo “A Farsa”, da autoria de José Manuel Neto Simões,
publicado em 15.01 pelo “Público”, a citação que faz de Miguel Torga:
“…Estamos de luto
pela humilhação e falta de ética de quem nos governa. Há a liberdade de falar e
há a liberdade de viver, mas esta só existe, quando se dá às pessoas a sua
irreversível dignidade social…”.
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