O secretário-geral
do PCP acusou na sexta-feira o Governo de cometer um "crime social,
económico e financeiro", de seguir uma política fundada na
"mentira" e "mistificação" para enganar os portugueses e
impor uma política de empobrecimento do povo.
Em Guimarães, na
"capital" do calçado "mas também dos salários baixos",
durante um comício do PCO, Jerónimo de Sousa responsabilizou o Presidente da
República por colaborar com o Governo e alertou que "não há saída da crise
sem que a questão dos juros, prazos e quantitativos de resolva".
O líder comunista
realçou que se aproxima uma "batalha eleitoral importante", as
eleições europeias, em Maio, numa altura em que a Europa está marcada pelo
"aprofundamento" do neoliberalista e federalismo, pelo que o voto da
CDU é um "decisiva opção" para "assegurar o direito a um
desenvolvimento soberano" de Portugal.
"Nós acusamos
este Governo, e responsabilizamos o Presidente da República, e todas as
instituições que com eles colaboram, por serem autores deste crime social,
económico e financeiro que se está a praticar", acusou Jerónimo de Sousa.
Segundo o líder
comunista, a maioria que sustenta o Governo está a levar a efeito uma
"campanha de ilusionismo politico", "uma campanha de propaganda
e mistificação da realidade que quer fazer crer que o pior já passou".
Mas para Jerónimo
de Sousa é "indisfarçável" a pretensão do Governo de
"transformar em definitivos todos os roubos perpetrados aos trabalhadores
e aos reformados", feitos de "forma premeditada" para
"impor a sua política de empobrecimento e rebaixamento do nível de vida do
povo".
Referindo-se à
chegada da data para a saída de Portugal do programa de ajuda financeira, o
líder comunista avisou que as saídas apontadas pelo Governo, saída à Irlandesa,
programa cautelar ou saída limpa, significam "continuação de medidas de
austeridade e de colonização do país pela Europa da oligarquia financeira e do
directório das grandes potências".
Jerónimo de Sousa
considerou que a União Europeia está "marcada pelo aprofundamento dos
pilares neoliberal, federalista e militarista" com consequências para
Portugal.
A campanha para as
eleições europeias em Maio, definiu, será uma de esclarecimento e de
"denúncia da conivência das forças da política de direita nacional e do
actual Governo e da sua identificação com as orientações, objectivos e natureza
do processo de integração capitalista europeu".
Apelou, por isso,
ao voto na CDU "como a mais decisiva opção para assegurar o direito de
Portugal a um desenvolvimento soberano e um outro rumo para a Europa" e
como "a mais segura contribuição para a inadiável derrota do Governo e
para dar força à construção da alternativa".
O discurso do líder
comunista foi ainda marcado por criticas ao PS, que, segundo Jerónimo de Sousa,
apoiou medidas que serviram apenas para "engordar os grandes económicos e
empobrecer o país", assim como a reforma do IRC que, para o PCP "quer
transformar o país num paraíso para o capital".
O secretário-geral
do PCP questionou como é que o "país sai do atoleiro", com uma
"política de concentração de riqueza, de desendividamento dos banqueiros
que puseram a salvo os milhões dos negócios de agiotagem".
"Levaram daqui
a carne e deixaram só os ossos para o povo roer", finalizou.
Lusa, em Sol
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