Portugueses voltam
a baixar a nota ao executivo de Passos Coelho. Cavaco aproxima-se do seu melhor
resultado
Luís Rosa e Pedro
Rainho - jornal i
Em Janeiro, os
portugueses retomam a maré descendente de cotações do governo, ao atribuírem ao
executivo de Passos Coelho 7,1 valores no primeiro barómetro i/Pitagórica do
ano. A melhor classificação desde o início da avaliação – com oito valores
atribuídos há apenas um mês – sofre agora uma inversão.
Quando responderam
ao inquérito deste mês, os portugueses – sobretudo aqueles abrangidos pelas
medidas de austeridade – já poderiam ter constatado no primeiro recibo de 2014
o corte que veio com o Orçamento doEstado para este ano. Talvez isso possa
explicar a quebra de quase um ponto na classificação do executivo – o que
significa que mais 7% dos inquiridos atribuíram nota igual ou abaixo de oito
valores face aos que o tinham feito em Dezembro.
Os residentes da
região Centro, mas também os do Alentejo e doAlgarve, são, este mês, quem mais
penaliza o governo. Os piores resultados atribuídos ao executivo até ao momento
ficam, ainda assim, a pouco menos de dois pontos de distância do resultado
agora alcançado – em Março do ano passado, o governo inscrevia o seu mínimo
histórico de 5,2 valores.
A subida das
classificações negativas deste mês é resultado directo da perda de pontos nas
parcelas intermédia e superior da tabela – há menos portugueses a dar entre
oito e 14 valores e entre 14 e 20, considerando quase metade (48,5%) que a
prestação do executivo não merece mais que sete valores.
belém em clima
positivo A tendência decrescente do executivo de Passos Coelho contrasta com a
subida na popularidade do Presidente da República, que este mês volta a
aproximar-se do seu melhor resultado de sempre, em Julho de plena crise
política.
A nota continua no
negativo – como acontece fatalmente com quem ocupa qualquer um dos cargos de
poder –, mas Cavaco Silva chega em Janeiro aos 7,9 valores, a apenas uma décima
do seu momento alto.
O envio do diploma
da convergência das pensões para o Tribunal Constitucional – e, pouco depois, o
chumbo pelos juízes do Palácio Ratton – poderá ter contribuído para o melhor
resultado do Presidente da República. O facto de perder votos nas parcelas
intermédia e inferior da tabela (entre 0 e 14 valores) significa que, no
barómetro deste mês, Cavaco consegue entrar no novo ano com 17,2% de
portugueses a atribuírem ao Presidente da República as notas mais altas.
Mas as fatias mais
significativas do bolo das classificações surgem, ainda assim – e como se
percebe pela classificação final deste mês –, distribuídas pelas notas medianas
e mais baixas, com destaque para o fundo da tabela. Cavaco reúne este mês 42,9%
de classificações atribuídas entre os zero e os oito valores. Não muito
distante, o universo de inquiridos que contribui com notas mais favoráveis –
entre oito e 14 valores – fica-se pelos 39,9%.
Foto: António Pedro
Santos
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