Pesquisadores
alemães alertam que, caso emissões de gases de efeito estufa continuem no ritmo
atual, um quinto dos monumentos e locais protegidos pela Unesco desapareceriam
nos próximos dois mil anos.
O aumento dos
níveis dos mares devido ao aquecimento global pode levar, nos próximos dois mil
anos, ao desaparecimento de mais de 130 dos cerca de 750 Patrimônios Mundiais
da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco),
alerta um estudo divulgado nesta quarta-feira (05/03).
Segundo o estudo do
Instituto de Pesquisa das Consequências Climáticas de Potsdam (PIK) e da
Universidade de Innsbruck, patrimônios culturais como a Estátua da Liberdade, a
Torre de Londres e o Centro Histórico de Olinda serão submersos caso a
temperatura continue aumentando como no século passado e leve a uma elevação de
1,8 metro do nível dos mares.
"Se não
limitarmos as mudanças climáticas, no futuro os arqueólogos terão que procurar
uma grande parte de nossos patrimônios culturais no mar", afirma o
pesquisador Ben Marzeion, da Universidade de Innsbruck e um dos autores do
estudo.
Um aquecimento
menor também já é uma ameaça para uma boa parte desses locais. O aumento de
apenas 1 grau na temperatura seria suficiente para colocar em risco a
existência de 40 dos Patrimônios Mundiais da Unesco.
"A temperatura
global média aumentou cerca de 0,8 grau em comparação com a era pré-industrial.
Se as emissões de gases do efeito estufa crescerem como ocorreu até o momento,
devemos calcular um aquecimento global de até 5 graus no final do século",
aponta o pesquisador do PIK Anders Levermann, coautor do estudo.
A elevação do nível
do mar também será responsável por uma diminuição considerável da superfície
terrestre. Os pesquisadores acreditam que com um aumento de 3 graus 12 países
perderiam mais da metade de seus territórios. A maioria deles está localizada
no Sudeste Asiático.
Além disso, outros
36 países perderiam até 10% de sua área terrestre. Esse aquecimento atingiria
também 7% da população mundial, afetando principalmente quem vive em China,
Índia, Bangladesh, Indonésia e Vietnã.
Para o estudo, os
pesquisadores analisaram, com ajuda de uma simulação no computador, o aumento
do nível do mar nos próximos dois mil anos, levando em consideração
consequências diferentes para cada região. Um aumento tão grande no volume do
oceano, como o esperado, mudará até o campo gravitacional da Terra. Dessa
maneira a elevação do nível do mar não será igual em todo o planeta.
CN/dpa/afp –
Deutsche Welle - Edição Rafael Plaisant
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