terça-feira, 4 de março de 2014

Machete destaca "significado grande" de declaração da Guiné Equatorial na ONU




O ministro dos Negócios Estrangeiros português destacou hoje o “significado grande” do discurso do vice-primeiro-ministro da Guiné Equatorial no Conselho de Direitos Humanos, ao reiterar a declaração feita na CPLP sobre a suspensão da pena de morte no país.

“Tem um significado grande e confirma, reitera a declaração feita anteriormente” perante os ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Maputo, disse Rui Machete após um almoço com o alto comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, em Genebra.

Nessa ocasião, em fevereiro, os ministros decidiram recomendar a adesão da Guiné Equatorial à organização, por ter sido cumprida a exigência de uma moratória à pena de morte.

Hoje, em declarações aos jornalistas, o ministro português afirmou ser também “interessante” que este ano a Guiné Equatorial seja sujeita a uma avaliação periódica por parte da comissão sobre a sua política de direitos humanos.

“Há até mecanismos que permitem a verificação da verdade da asserção feita”, disse Rui Machete.

Considerando haver ainda “uma longa caminhada a fazer”, o ministro disse tratar-se de “uma primeira medida”.

“Nós somos realistas e percebemos que não é só com a eliminação da pena de morte que tudo se resolve num ápice”, afirmou.

“Foi o cumprimento de um roteiro estabelecido num governo anterior e que nós respeitámos. A palavra do Estado português tem de ser cumprida, qualquer que sejam as pessoas em posto na altura e o partido que apoie o Governo, disse ainda.

Também hoje, o ministro Rui Machete reuniu-se com a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, a quem convidou para visitar Portugal, sugerindo uma visita à sede da CPLP.

Aos jornalistas, o ministro disse ter discutido com a alta comissária as dificuldades que se põem aos países sob ajustamento financeiro.

“Ela observou que Portugal tem tido um papel que considerou muito positivo, de tentar um compromisso e de se preocupar com a realização dos direitos económicos e sociais. É um compromisso difícil”, disse o ministro, referindo que se falou também nas “hipóteses mais positivas” após o encerramento do programa de ajustamento, a 17 de maio.

Lusa, em Jornal dos Açores

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