quarta-feira, 5 de março de 2014

Mais de um terço do total de casos de malária em Angola foram registados em Luanda




A malária continua a ser a principal causa de morte em Angola, e a capital, Luanda, com 1,1 milhões de casos registados, concentra cerca de 35 por cento do total de casos no país, revelou hoje uma responsável sanitária.

A directora provincial de Saúde de Luanda, Rosa Bessa, adiantou, citada pela agência Angop, que a capital angolana concentra também cerca de 40 por cento das mortes de fetos e de bebés com menos de uma semana de vida e 25 por cento da mortalidade materna.

Rosa Bessa, que falava no III Encontro Provincial do Programa de Controlo da Malária, apontou os municípios de Luanda, Belas, Cazenga e Icolo e Bengo como as zonas de maior risco de transmissão da malária.

"Sabemos que 13 por cento dos casos aconteceram em cidadãos com menos de 14 anos e 38 por cento do total em crianças com idades inferiores aos cinco anos", disse Rosa Bessa, acrescentando que as mulheres grávidas, "outra preocupação", somaram 12 por cento dos casos.

Rosa Bessa adiantou que em 2013, em Luanda, 60 por cento das vítimas mortais foram crianças menores de cinco anos e que as mortes provocadas pela malária em doentes até aos 14 anos, totalizaram 83 por cento do total.

A responsável para a área da saúde em Luanda apelou para um maior empenho das administrações locais no processo da luta contra a malária, frisando a necessidade de serem localizados os grandes focos de reprodução dos mosquitos que transmitem a doença.

Em finais de Janeiro deste ano, o coordenador do Programa da Luta Contra a Malária, Filomeno Fortes, também citado pela Angop, disse que em 2013 Angola registou uma estabilidade no quadro da prevalência de malária.

Filomeno Fortes disse que em 2013 foram registados três milhões de casos, um aumento em 100 casos comparativamente a 2012, o que permite considerar-se "estável" a situação.
O especialista disse ainda que somente 60 por cento dos casos diagnosticados foram testados e deles apenas 40 por cento confirmados.

"Realizámos estudos que comprovam a existência de alguns vírus que provocam quadros clínicos parecidos com os da malária, como febres, dores de cabeça e articulares", explicou Filomeno Fortes, sublinhando as debilidades de alguns técnicos de saúde que "ainda continuam a diagnosticar falsamente esses casos".

Lusa, em Novo Jornal

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