A participação das
mulheres na política está em declínio na Guiné-Bissau, ao contrário do que
acontece no resto do mundo, segundo um estudo hoje publicado que serve de guia para
inverter a situação.
"A maior
percentagem de mulheres na Assembleia Nacional Popular foi alcançada em 1988-94
(20%). Desde então houve um declínio, havendo hoje apenas 10 por cento",
destaca José Ramos-Horta, representante nas Nações Unidas em Bissau, no
prefácio do estudo.
O trabalho
intitulado "A participação das mulheres na política e na tomada de decisão
na Guiné-Bissau" foi hoje lançado no Centro Cultural Francês, na capital,
num auditório lotado que não chegou para albergar toda a assistência.
A edição do
Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS) pretende lançar o debate e reflexão sobre a igualdade de género no
país numa altura em que está prestes a começar a campanha eleitoral para as
eleições gerais de 13 de abril.
No final, são
deixadas 17 recomendações ao Estado, às organizações e redes de mulheres e aos
organismos de cooperação sobre o que fazer para inverter o cenário.
Alterações
legislativas, linhas de financiamento exclusivas para mulheres, criação de
observatórios sobre mulheres, organização de fóruns e redes associativas são
algumas sugestões.
O estudo inclui uma
resenha histórica sobre o papel da mulher na história do país e destaca o apelo
à participação das mulheres em todos os níveis da luta pela independência - um
apelo à intervenção pública que não se voltou a repetir na história do país.
O estudo é da
autoria de Miguel de Barros, diretor da associação de desenvolvimento
Tiniguena, e de Odete Semedo, antiga ministra nas pastas da Educação e Saúde, e
ambos são investigadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) da
Guiné-Bissau.
LFO // APN – foto José
Sena Goulão
Sem comentários:
Enviar um comentário