Mário Motta, Lisboa
Em branco. A zeros. Nient. Rian de rian. Não há nada para ninguém... Relativamente aos portugueses o que se deve perguntar é que pílula tomaram que os conduziu ao carneirismo. Ainda hoje tive oportunidade de presenciar autênticos e inativos zumbis num centro de desemprego a que chamam Centro de Emprego do Conde Redondo, em Lisboa. Eram umas largas dezenas ao fundo de uma sala a vegetar, de olhar parado, assustadores pela inércia, carneiros, a ser atendidos demoradamente, por horas, só por uma empregada... Saí - só fui lá por uma filha que salvei daquela mole vegetativa. Fomos almoçar favas à portuguesa. Mas antes de sair do tal Centro de Emprego bali. Mééééé... A ver se os acordava. Qual quê. As dezenas da mole vegetava mesmo, sem energia, sequer, para pastar. Mudos. Até incapazes de corresponder ao meu méééé. Carneiros(as) mudos(as), inertes, até de cornos moles. Incapazes de investir com a justiça que merecem e devem reivindicar. Coisa que nunca tinha visto. Mas, ali, eles e elas (as fêmeas) existem. Só querem um emprego. Vergam-se a tudo e a todos os que se dispuserem a explorá-los... Gente assim, quer se queira, ou não... é merda congénere aos que os dirigem nos poderes. Cagalhões humanos. Foi o que conseguiram fazer deles e delas. Uma miséria humana que devemos recuperar porque são dos nossos. Explorados, oprimidos e já vegetativos. Enquanto há vida há esperança. E eles(as) ainda respiravam. E agora digam lá o que acham que devia colocar no lugar da foto? O sacana de merda do Cavaco do Silva? Do Passos Coelho? Do fantoche Seguro? De um desses sacanas? Não. Fica o espaço quase em branco (que é cinzento) para dar poder à imaginação. Cada um(a) com a sua imaginação que veja o que quiser ali. Eu vejo uma grande revolta, uma grande revolução que vem lá... e já nem muito tarda!
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