A votação em
Portugal para as eleições gerais na Guiné-Bissau está a decorrer com
normalidade e às 15:30 a taxa de participação era superior a 50 por cento,
disse à agência Lusa fonte da embaixada em Lisboa.
"A taxa de
participação em todas as mesas está acima dos 50 por cento", indicou o
encarregado de negócios da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, adiantando
que "tudo está a decorrer normalmente".
Recensearam-se em
Portugal quatro mil guineenses e, segundo M'bala Alfredo Fernandes, "as
pessoas acorreram em massa" às urnas. A embaixada organizou nove mesas de
voto em Portugal, seis das quais na zona da grande Lisboa e, em duas destas,
registam-se "filas grandes".
M'bala Alfredo
Fernandes explicou que as assembleias situadas no concelho da Amadora e na
Universidade Lusófona estão "em sítios centrais, mais acessíveis" e
muitas pessoas optaram por elas, em vez de votarem na mesa da sua área de
residência.
Ednilson dos
Santos, de 29 anos, dá apoio à comissão de recenseamento em Portugal e está na
mesa da Universidade Lusófona desde as 07:00. As urnas abriram às 08:00.
"As pessoas
estão a demorar algum tempo (a votar) e já tivemos de arranjar uma segunda
cabine de voto", disse à Lusa.
Perto das 15:00,
cerca de quatro dezenas de pessoas esperavam junto ao auditório da Universidade
Lusófona a sua vez para escolher o novo presidente e o parlamento da
Guiné-Bissau.
Luís Júnior, de 24
anos, disse à Lusa estar na fila há 30 minutos, mas tal não parecia fazer
diminuir o seu entusiasmo.
Confessou ser a primeira
vez que vai votar, o que considera "muito importante", porque "é
um dever cívico de qualquer cidadão consciente, com interesse pelo país a que
pertence".
Luís Júnior, que
está há 13 anos em Portugal, frequentando atualmente o mestrado em Ciências Jurídicas
Empresariais, acredita "plenamente" que a situação vai mudar na
Guiné-Bissau.
"É a esperança
que nos caracteriza. Toda a diáspora acredita que haverá um dia melhor para a
Guiné-Bissau", disse.
Niraide Figueiredo,
de 28 anos e há nove em Portugal, também confia que as eleições vão mudar a
situação no seu país, porque os candidatos propostos "são capacitados para
promoverem a mudança".
Vê o seu voto como
um contributo para a alteração da situação e considera: "para criticarmos
temos de exercer o nosso direito (de voto)".
"As pessoas
não estão satisfeitas com o estado em que a Guiné está", disse à Lusa
Quintino Gomes, de 67 anos, para explicar a afluência dos seus concidadãos às
urnas.
Quintino Gomes
considera o seu voto importante "para a Guiné voltar à sua
normalidade".
"Agora sinto
vergonha de dizer que sou guineense", confessou Júlio Pereira, de 40 anos,
justificando a importância que tem para si a votação nestas eleições.
"Tenho a
certeza que as eleições vão mudar a situação no país. Só com eleições é que
podemos resolver qualquer coisa. Com confusão nunca muda", disse à Lusa,
depois de ter participado no escrutínio.
Previstas para
ocorrerem em abril de 2013 e sucessivamente adiadas, as eleições gerais de hoje
visam restabelecer a situação política na Guiné-Bissau na sequência do golpe de
Estado de abril de 2012, quando os militares derrubaram o presidente interino
Raimundo Pereira e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e instalaram um
governo de transição.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
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