segunda-feira, 14 de abril de 2014

São Tomé vai conceder cidadania a imigrantes lusófonos residentes no país em 1975




O governo de São Tomé e Príncipe vai regularizar a nacionalidade dos cidadãos lusófonos residentes no país à data da independência, mas a medida não lhe permitirá votar já nas próximas eleições, disse à Lusa fonte governamental.

A atribuição de nacionalidade são-tomense aos cidadãos lusófonos foi discutida na última sessão do Conselho de ministros.

"O conselho de ministros tomou todas as medidas necessárias para tornar exequível a regularização da nacionalidade de todos os cidadãos oriundos da CPLP que residem em STP na altura da independência nacional em 12 de julho de 1975", refere um comunicado do governo tornado público no último fim de semana.

Para que eles pudessem votar já nas próximas eleições autárquicas, regional e legislativas previstas para julho e agosto próximos” seria necessário estarem recenseados. Mas o processo de recenseamento eleitoral está em fase de conclusão, pelo que eu não vejo que isso seja possível", disse a fonte.

A ministra da Justiça, Administração Pública e Assuntos Parlamentares, Edite Tenjua, admitiu que existem alguns pedidos de nacionalidades de cidadãos lusófonos que aguardam resposta há mais de quatro anos.

"Nós temos alguns pedidos que nós já temos resposta. De acordo com a lei, essas pessoas já são são-tomenses, fazendo a interpretação da nossa lei de nacionalidade. Penso que a questão se coloca mais a nível dos mecanismos para facilitar a atribuição da nacionalidade", disse Edite Tenjua.

A ministra defende ser necessário rever alguns aspetos da lei de nacionalidade são-tomense, mas sublinha também que os próprios cidadãos de Angola, Cabo Verde, Moçambique e de Portugal residentes em São Tomé e Príncipe há vários anos têm que ter maior "iniciativa" para regularizar as suas situações.

"É preciso haver também a iniciativa por parte das pessoas. A nacionalidade não é uma coisa que se força alguém a ter, é uma coisa que alguém que está interessada pede e de acordo com a lei ela poderá ser atribuída", explicou a governante.

Penso que "nós temos que ir as comunidades acionar as pessoas interessadas saber se elas querem obter a nacionalidade".

MYB // PJA – Lusa – foto Manuel Moura

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