Antes das 07:00
(08:00 em Lisboa) já havia filas nalgumas mesas de voto de Bissau para as
primeiras eleições gerais, legislativas e presidenciais, depois do golpe de
estado de 12 de abril de 2012.
De acordo com
várias fontes ouvidas pela agência Lusa, a votação arrancou à hora prevista em
todo o país e sem registo de incidentes.
"Contactei com
os responsáveis regionais e tudo está a decorrer com normalidade", disse à
agência Lusa o porta-voz do comando conjunto das forças de segurança, Samuel
Fernandes, tenente-coronel da Guarda Nacional guineense.
Numa das
assembleias de voto da Rua Vitorino Costa, na rua, debaixo de uma árvore, como
é comum ver no país, ainda era noite quando a equipa instalou todo o material e
não tardou até surgirem os primeiros eleitores.
"Eu voto cedo
para poder descansar no resto do dia", referiu Cândido Lopes, de olhos
postos nas urnas em que deposita muitas esperanças.
Acredita que
"este ano há uma organização melhor e as pessoas estão bem
esclarecidas".
Uma das grandes
novidades é o novo cartão de eleitor.
"É muito
melhor", refere Cândido, porque inclui fotografia e outros dados, num
formato rígido do tamanho de um cartão de crédito.
Foi produzido com
meios informáticos que circularam pelo país durante o recenseamento apoiado por
Timor-Leste, realizado entre dezembro e fevereiro, numa operação que permitiu
registar um número recorde de cerca de 800 mil eleitores.
Na Avenida Amílcar
Cabral, uma das principais artérias de Bissau, já havia cerca de 100 pessoas
nas filas pouco depois de as urnas abrirem às 07:00.
Em qualquer
assembleia de voto havia muitas caras jovens, com muitas ambições.
Dércio Gomes diz
que só através do voto "é que se pode mudar o rumo da Guiné-Bissau",
massacrada por golpes de estado, enquanto Rivalino Cardoso tem um desejo
concreto: espera que "com estas eleições haja muito emprego" num dos
países mais pobres do mundo.
Junto a outra mesa
de votação, Pedro Barbosa atravessa a rua com um boné do Benfica.
O clube do coração
tem uma partida importante durante a tarde, numa altura em que está à beira de
vencer o campeonato português, mas hoje nem isso distrai Pedro.
"Hoje vou
estar com mais atenção na votação", refere.
As 2.983 mesas de
voto (28 na diáspora) vão estar abertas das 07:00 às 17:00 locais (das 08:00às
18:00 em Lisboa) e cada eleitor vai poder preencher dois boletins de voto com
13 candidatos presidenciais e 15 partidos a concorrer à Assembleia Nacional
Popular.
Lusa, em RTP
Sem comentários:
Enviar um comentário