Nicolau Santos –
Expresso, opinião
A presidente da
Assembleia da República disse que se os militares da Associação 25 de Abril não
forem ao Parlamento nas comemorações do aniversário dessa data "o problema
é deles".
A dra. Assunção
Esteves está equivocada. O problema não é "deles". O problema é da
senhora presidente da Assembleia da República que não quer ser incomodada com
um discurso que extravase o que é normal entre os parlamentares da maioria e da
oposição.
O problema é da
senhora presidente da Assembleia da República, que não tem um pingo de bom
senso - porque, se tivesse, lembrar-se-ia que só se senta na cadeira onde se
senta porque os militares que ela não quer ouvir abriram caminho para que tal
fosse possível.
O problema é da
senhora presidente da Assembleia da República porque, se tivesse um pingo de
bom senso, lembrar-se-ia que este ano se comemora uma data redonda, 40 anos,
sobre o 25 de Abril de 1974, pelo que seria totalmente admissível que abrisse
uma excepção e que, para além dos parlamentares, fosse dada voz aos militares
que abriram caminho para que esta Assembleia da República existisse.
O problema é da
senhora presidente da Assembleia da República porque, se fosse minimamente
agradecida, lembrar-se que a reforma que aufere por ter sido juíz do Tribunal
Constitucional só é possível porque os militares que não quer ouvir abriram
caminho para que tal fosse possível.
Pensando melhor,
contudo, talvez o problema não seja da senhora presidente da Assembleia da
República. Talvez o problema seja do país que tem como segunda figura do Estado
a dra. Assunção Esteves, que já demonstrou por várias vezes não ter um pingo de
bom senso. E seguramente que essa tem de ser uma das qualidades exigidas para
se ser a segunda figura do Estado português.
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