Hayle
Gadelha, Rio de Janeiro - Correio do Brasil, opinião
Até
pouco mais de um ano, o Rio seguia um curso eleitoral tranquilo, tanto para os
governos federal, estadual e municipal quanto para a população – o pódio já
estava definido na cabeça de cada um. Mas surgiu a primeira curva perigosa
quando o PT decidiu ultrapassar seu companheiro de escuderia, o PMDB, e lançou
o nome de Lindberg para disputar o Governo do Rio.
Daí
em diante, PT e PMDB praticamente deixaram o resto da corrida em segundo plano
e cuidaram de um jogar o outro para fora da pista. O prejuízo maior nessa
disputa, digamos, fratricida foi da líder petista, Dilma Roussef, e dos líderes
peemedebistas, Sérgio Cabral e Pezão, que, até então, contavam com vitória com
ampla margem de diferença. Essa corrida maluca continuou disputadíssima – mas de
certa forma previsível – até a semana passada, quando tínhamos informações (não
comprovadas) de que Crivella, do PRB, ampliava a sua liderança na corrida,
seguido do candidato do PR, Garotinho (que viria perdendo terreno), Pezão (na
faixa dos 15%-16%, avançando) e Lindberg, que teria estancado a queda na faixa
dos 11%.
Quando
todo mundo pensava que Lindberg, isolado, iria rodar na primeira curva, ele
conseguiu reduzir o efeito do arrasto aerodinâmico abrindo
as asas para Romário (PSB) participar de sua chapa como Senador. O
público ficou de pé. Alguns, de cabelos em pé. Mas os personagens que estavam no meio do
trânsito não se deram por vencido. Crivella intensificou sua busca para o cargo
de vice. Garotinho intensificou suas arrancadas, sem grandes alianças (chegaram
a comentar que ele seria Senador na chapa de Crivella, algo bastante
improvável), mas ainda com bons índices nas pesquisas. E Sérgio Cabral, em
manobra igualmente arrojada, saiu da disputa para o Senado e trouxe o líder do
DEM, Cesar Maia (que andava meio deslocado na disputa para Governador apoiado
pelo tucano Aécio), para o seu lugar, ampliando o apoio a Pezão.
Os
comentaristas de plantão reagiram imediatamente. O sempre mal humorado Sirkys,
alijado do processo decisório dentro do PSB, esbravejou contra a aliança do seu
partido com o PT, qualificando-a como orgia política – em outras palavras,
suruba. Na mesma linha orgiástica, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, incomodado
com a aproximação com seu antigo mentor e atual inimigo público nº 1, Cesar
Maia, qualificou a aliança de seu partido, PMDB, com o DEM de ‘bacanal
eleitoral’. Ele certamente está vislumbrando na recuperação de Cesar Maia uma
ameaça naseleições municipais de 2016.
Mas
uma coisa é certa: ninguém sabe com absoluta segurança o que pode ocorrer no
Grand Prix Eleitoral do Rio de Janeiro. Talvez seja o caso de “alguém” lançar
um safety car na pista. Ou correr o risco de ter que reescrever Dee Brown e
lançar “Enterrem meu coração na curva do Rio”…
Hayle
Gadelha é publicitário e editor do Blog do Gadelha
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