O
Conselho Nacional da RENAMO escolheu Afonso Dhlakama como candidato às
presidenciais de 15 de outubro próximo. Também a divisão do país foi decidida,
caso as negociações com o Governo não sejam frutíferas.
A
avaliação da candidatura do líder do maior partido da oposição, a RENAMO, o
desempenho dos órgãos do partido e a situação em que se encontra o país foram
discutidos no III Conselho Nacional da RENAMO que decorreu entre esta
segunda-feira (23.06) e terça-feira (24.06).
Novas
estratégias desenhadas e divulgadas à imprensa no fim do encontro referem que o
país deve ser dividido a partir do rio Save, local onde acontecem os ataques
supostamente perpetrados pela Perdiz, símbolo do partido RENAMO.
Segundo
José Manteiga, porta-voz do III Conselho Nacional da RENAMO, por questões de
segurança Afonso Dhlakama não participou das discussões internas do partido,
mas teve a oportunidade de falar aos conselheiros via Skype.
Manteiga
afirmou que o reaparecimento do seu líder, ou seja, o seu abandono definitivo
das matas de Gorongosa, na província central de Sofala, está dependente da revisão da política de defesa e segurança.
Moçambique
em retalhos
E
como a solução pacífica tarda em chegar, a RENAMO traçou a sua própria saída,
caso o consenso não seja alcançado. Neste contexto, José Manteiga diz que o
"Conselho Nacional deliberou que não havendo condições de co-habitação
entre a RENAMO e a FRELIMO, significa que a FRELIMO quer a divisão deste
país."
Por
isso, o porta-voz do III Conselho acrescenta: "A RENAMO entende que não
havendo consenso nas negociações, e não tendo sido criadas as condições para
que o nosso presidente saia das matas para fazer a sua campanha, temos que que
separar as regiões, a RENAMO fica nas zonas centro e norte e a FRELIMO na zona
Sul."
O
político sustenta ainda que o processo das negociações entre o Governo da
FRELIMO e a RENAMO não está a produzir quaisquer resultados.
Em
cima da mesa está atualmente a composição das Forças Armadas de Moçambique e a
desmilitarização da RENAMO. O maior partido da oposição exige que o exército
seja composto pelos seus homens em 50% e para o Governo o mesmo valor, conforme
o definido nos Acordos de Paz de 1992, que puseram fim à guerra civil de 16
anos entre as partes.
Tudo
está nas mãos do Governo?
José
Manteiga contou também que, depois do encerramento do Conselho Nacional os mais
de 100 Conselheiros e a população dialogaram com a população através do skype.
O
porta-voz garante que se na mesa de diálogo tudo correr de feição, "a
RENAMO e o presidente Dhlakama podem sair das matas e hoje mesmo ir a Maputo,
amanhã começar a sua pré-campanha."
A RENAMO garante que os conselheiros saíram satisfeitos do encontro e tomaram como desafio trabalhar com as comunidades da base, para garantir a votação plena do candidato nas eleições de 15 de outubro, tanto do partido como do seu líder Afonso Dhlakama.
A RENAMO garante que os conselheiros saíram satisfeitos do encontro e tomaram como desafio trabalhar com as comunidades da base, para garantir a votação plena do candidato nas eleições de 15 de outubro, tanto do partido como do seu líder Afonso Dhlakama.
O
encontro que juntou mais de 800 participantes, entre delegados e concorrentes
aos órgãos deliberativos, foi antecedido de intensos debates à volta do
desempenho do partido ao nível de base.
Deutsche
Welle / Autoria: Nelson Carvalho (Nampula) / Edição: Nádia Issufo /
António Rocha
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