Banguecoque,
24 jun (Lusa) -- Um político do governo deposto da Tailândia fundou hoje no
exílio a primeira organização de oposição à junta militar, no poder no país
desde o golpe de Estado de 22 de maio.
Jarupong
Ruangsuwan, ex-presidente do partido Puea Thai e ex-ministro, lidera a
"Organização dos Tailandeses Livres para os Direitos Humanos e
Democracia", cuja criação foi anunciada através de um vídeo publicado no portal
Youtube.
"A
junta violou o Estado de Direito, abusou dos princípios democráticos e destruiu
a liberdade e dignidade humanas", disse Jarupong Ruangsuwan em comunicado.
O
grupo, estabelecido em paradeiro desconhecido fora da Tailândia, insta os
tailandeses a oporem-se "sem violência" à junta militar com o
objetivo de restaurar a democracia no país.
"Proporcionaremos
apoio psicológico a todos que estão contra o golpe e aos grupos democráticos
dentro e fora da Tailândia", declarou o mesmo responsável.
Pelo
menos dez pessoas foram detidas no passado domingo por terem supostamente
tecido críticas, ainda que de forma pacífica, à junta militar.
Os
chefes de diplomacia da União Europeia (UE) decidiram, esta segunda-feira, no
Luxemburgo, reduzir a cooperação com a Tailândia, como protesto contra o golpe
de Estado militar, garantindo que só haverá normalização nas relações quando
houver governo democraticamente eleito.
Na
declaração adotada, os 28 instam a junta militar atualmente no poder a
"restabelecer, com urgência, o processo democrático legítimo e a
Constituição", através de eleições credíveis.
A
decisão foi tomada no mesmo dia em que a junta militar na Tailândia pediu à UE
que compreendesse as razões do golpe de Estado, reiterando que tomou o poder
para evitar uma espiral de violência após mais de seis meses de protestos
antigovernamentais.
Mais
de 500 pessoas, incluindo políticos, ativistas e jornalistas, foram convocadas
e detidas temporariamente pela junta militar tailandesa desde o golpe.
A
Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe de Estado de 2006 contra
o antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que vive exilado no Dubai para
evitar cumprir a condenação à revelia de dois anos de prisão por corrupção.
Thaksin
ou aliados ganharam todas as eleições na Tailândia nos últimos 13 anos,
incluindo a vitória eleitoral em 2011 da irmã, Yingluck, destituída em maio
pelo Tribunal Constitucional.
Desde
o fim da monarquia absoluta em 1932,
a Tailândia foi palco de 19 tentativas de golpe de
Estado, das quais 12 tiveram êxito.
DM
(ACC) // DM / Lusa
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