sexta-feira, 27 de junho de 2014

GUINÉ EQUATORIAL EM REUNIÃO DOS PALOP



NUNO RIBEIRO - Público

Os países africanos de língua portuguesa têm, há muito, uma boa sintonia com o regime de Teodro Obiang, há 38 anos no poder em Malabo.

A Guiné-Equatorial vai participar na cimeira económica dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que se realiza a 17 de Julho em Angola, informou esta sexta-feira a organização.

Portugal e o Brasil também convidados para o encontro na capital angolana, organizado no âmbito do 10º aniversário da Confederação Empresarial da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), segundo apurou o PÚBLICO.

A ideia de reactivar a dimensão económica da CPLP é um dos objectivos estratégicos da entidade, que têm sido animados, entre outros, pelo secretário-executivo da instituição, o moçambicano Murade Isaac Miguigy Murargy. E o relançamento da actividade dos PALOP que, para os países africanos tem estado adormecida, tem o sinal de urgência para os países africanos.

Será em Angola que estará localizada a sede da Confederação Empresarial dos PALOP, cuja apresentação decorre na próxima terça-feira em Luanda. Esta instituição terá como objectivo promover o fortalecimento da classe empresarial africana e das suas economias. No entanto, a sua constituição insere-se no âmbito da progressiva afirmação e autonomia dos países africanos no seio da CPLP.

A reunião de Angola decorre uma semana antes da realização, em 23 de Julho em Dili, da cimeira da CPLP, na qual será votada favoravelmente a adesão como Estado de pleno direito da Guiné-Equatorial. Foi na reunião ministerial dos chefes das diplomacias de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste realizada em 20 de Fevereiro passado em Maputo, que foi decidido recomendar favoravelmente à reunião magna de Dili a adesão do regime liderado há 38 anos por Teodoro Obiang.  

Deste modo, a assistência da Guiné-Equatorial ao encontro económico dos PALOP decorre da boa sintonia entre os países africanos de língua oficial portuguesa e o regime de Malabo. A mesma boa sintonia que, desde há muito, levou as capitais africanas dos Estados da CPLP, juntamente com o Brasil dos presidentes Lula da Silva e Dilma Roussef, a serem adeptos da entrada da Guiné-Equatorial como Estado de pleno direito na CPLP. (fim)

Paulo Morais em Facebook 

Luís Amado, socialista e ex-ministro português dos negócios estrangeiros, é o organizador da cimeira da CPLP, que, em Julho, irá admitir no seu seio a Guiné Equatorial, país que não é democrático nem fala português. Luís Amado preside também ao Banif, banco que beneficia agora duma entrada de capital da Guiné Equatorial! Com o capital no Banif, a Guiné Equatorial paga a sua jóia de entrada na CPLP.

O exemplo acabado da política ao serviço dos negócios... que estão ao serviço da política e dos negócios... de ditadores africanos.

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