NUNO RIBEIRO - Público
Os
países africanos de língua portuguesa têm, há muito, uma boa sintonia com o
regime de Teodro Obiang, há 38 anos no poder em Malabo.
A
Guiné-Equatorial vai participar na cimeira económica dos Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que se realiza a 17 de Julho em Angola,
informou esta sexta-feira a organização.
Portugal
e o Brasil também convidados para o encontro na capital angolana, organizado no
âmbito do 10º aniversário da Confederação Empresarial da CPLP (Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa), segundo apurou o PÚBLICO.
A
ideia de reactivar a dimensão económica da CPLP é um dos objectivos
estratégicos da entidade, que têm sido animados, entre outros, pelo
secretário-executivo da instituição, o moçambicano Murade Isaac Miguigy
Murargy. E o relançamento da actividade dos PALOP que, para os países africanos
tem estado adormecida, tem o sinal de urgência para os países africanos.
Será
em Angola que estará localizada a sede da Confederação Empresarial dos PALOP,
cuja apresentação decorre na próxima terça-feira em Luanda. Esta
instituição terá como objectivo promover o fortalecimento da classe empresarial
africana e das suas economias. No entanto, a sua constituição insere-se no âmbito
da progressiva afirmação e autonomia dos países africanos no seio da CPLP.
A
reunião de Angola decorre uma semana antes da realização, em 23 de Julho em
Dili, da cimeira da CPLP, na qual será votada favoravelmente a adesão como
Estado de pleno direito da Guiné-Equatorial. Foi na reunião ministerial dos
chefes das diplomacias de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste realizada em 20 de Fevereiro
passado em Maputo, que foi decidido recomendar favoravelmente à reunião magna
de Dili a adesão do regime liderado há 38 anos por Teodoro Obiang.
Deste
modo, a assistência da Guiné-Equatorial ao encontro económico dos PALOP decorre
da boa sintonia entre os países africanos de língua oficial portuguesa e o regime
de Malabo. A mesma boa sintonia que, desde há muito, levou as capitais
africanas dos Estados da CPLP, juntamente com o Brasil dos presidentes Lula da
Silva e Dilma Roussef, a serem adeptos da entrada da Guiné-Equatorial como
Estado de pleno direito na CPLP. (fim)
Paulo
Morais em Facebook
Luís
Amado, socialista e ex-ministro português dos negócios estrangeiros, é o
organizador da cimeira da CPLP, que, em Julho, irá admitir no seu seio a Guiné
Equatorial, país que não é democrático nem fala português. Luís Amado preside
também ao Banif, banco que beneficia agora duma entrada de capital da Guiné
Equatorial! Com o capital no Banif, a Guiné Equatorial paga a sua jóia de
entrada na CPLP.
O exemplo acabado da política ao serviço dos negócios... que estão ao serviço da política e dos negócios... de ditadores africanos.
Sem comentários:
Enviar um comentário