O
ministro da Educação de Angola, Pinda Simão, apelou hoje ao "bom
senso" dos professores da província da Huíla, em greve desde 02 de junho,
garantindo que já estão "em perspetiva" respostas às reivindicações
apresentadas pelos docentes.
A
posição foi transmitida após uma reunião com os parceiros sociais daquele
ministério, durante a qual Pinda Simão garantiu ter assumido respostas às
reivindicações, numa semana marcada por manifestações e detenções de
professores na capital da província da Huíla, no sul do país.
"Eles
[professores em greve] também são encarregados de educação e vão certamente,
perante todo os elementos que fornecemos, ver se é possível retomar as aulas e
fazerem o seu trabalho. Porque também ficar em casa não deve ser bom para
ninguém", disse o ministro, numa declaração aos jornalistas.
A
greve dos professores daquela província vai já na quarta semana e do caderno
reivindicativo consta o pagamento de subsídios de exame em dívida ou a
aplicação de tabelas de chefia, assim como a atualização da carreira docente e
a integração de 5.000 professores que entretanto atualizaram os níveis de
formação.
"Algumas
soluções estão em perspetiva", garantiu o ministro, assumindo que no que
toca ao pagamento de honorários as verbas reclamadas pelos professores serão
desbloqueadas a curto prazo.
"As
dívidas já foram submetidas à Comissão da Política Remuneratória, que orientou
o Ministério das Finanças para poder priorizar a situação da Huíla", disse
Pinda Simão.
Sobre
questões da carreira docente e integração de professores, o ministro admitiu
medidas progressivas até ao próximo ano letivo (2015), optando por reforçar o
apelo ao "bom senso" dos docentes em greve.
"Cada
dia que se perde é significativo, em termos de funcionamento do ano
letivo", admitiu Pinda Simão.
A
última semana ficou marcada por vários protestos na região e 19 professores de
Lubango foram mesmo detidos no passado sábado depois de a polícia ter abortado
uma manifestação que pretendiam realizar.
Os
professores, de acordo com o advogado destes, estiveram detidos durante três
dias e só foram libertados ao final da tarde de segunda-feira, tendo o caso
transitado para investigação.
"Não
houve julgamento. Não havia elementos necessários para um julgamento sumário,
foi remetido o processo para investigação criminal e foram restituídos à
liberdade", disse hoje à Lusa o advogado David Mendes.
Ainda
de acordo com David Mendes, que integra a Associação Mãos Livres, os
professores foram detidos pela polícia por alegadas injúrias e tentativas de
ofensas às autoridades.
As
acusações são recusadas pelos manifestantes.
Lusa,
Em Notícias ao Minuto
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