Lisboa,
20 jul (Lusa) -- Namíbia, Geórgia e Turquia poderão entrar como observadores
associados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na cimeira em
Díli, na quarta-feira, um retrato da globalização de que a organização não se
pode excluir, defende o secretário executivo.
Os
chefes de Estado e de Governo reunidos na X cimeira poderão ainda analisar o
pedido do Japão para obter o mesmo estatuto, depois de este país ter também
formalizado a proposta.
A
Guiné Equatorial e a ilha Maurícia foram os primeiros países a receber este
estatuto, em 2006, e mais tarde foi a vez do Senegal.
Indonésia,
Marrocos, Suazilândia, Austrália, Luxemburgo, Ucrânia e Turquia são exemplos de
outros países que também já manifestaram interesse em juntar-se nesta categoria
à organização lusófona.
Sobre
as propostas que serão analisadas na cimeira da próxima quarta-feira, o
secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, considerou que o interesse no
bloco lusófono é positivo, até para a promoção da língua portuguesa, e destacou
que a organização não pode "fechar as portas" sob pena de ficar
"ignorada e marginalizada", mas ressalvou que a análise dos pedidos
"tem de ser criteriosa".
"Não
vamos abrir por abrir, vamos discutir, nós temos os nossos princípios, os
nossos valores culturais, históricos que nos unem e não vamos diluir esses
valores, queremos até preservá-los e reforçá-los", disse, em entrevista à
Lusa.
"Há
um grande movimento e nós não podemos tapar esse movimento com as mãos. É a
globalização. Um dia vamos ter uma aldeia global em que o conhecimento vai
fluir com maior facilidade. É esta movimentação global da qual não podemos
ficar fora, senão somos excluídos", destacou Murargy.
Neste
"mundo globalizado", os países aproximam-se através de intercâmbios
culturais, científicos, comerciais e económicos.
"Os
países procuram sempre afinidades, espaços onde podem exercer esta aproximação
ou parcerias", referiu o secretário executivo da CPLP.
Sobre
os potenciais novos observadores associados, Murade Murargy apontou a relação que
a Namíbia tem com Angola e Moçambique, enquanto a Geórgia, "apesar de
estar um pouco fora, está na Europa", tal como Portugal, e poderão
desenvolver-se "relações culturais, em relação à língua, e também
comerciais".
Por
outro lado, a Turquia "está a desenvolver relações muito fortes com Angola
e Moçambique, em África", e associando à CPLP "terá muito mais espaço
para dialogar e haver uma fluidez dos interesses dos dois lados".
Por
fim, o Japão, cuja candidatura está em análise e também poderá ser considerada
em Díli, tem um "grande intercâmbio" com o Brasil, disse Murargy, que
lembrou também a presença económica e empresarial deste país em Moçambique,
Angola e Portugal.
A
globalização é precisamente o tema escolhido para a cimeira de Díli, durante a
qual Timor-Leste assumirá a presidência da CPLP, sucedendo a Moçambique.
JH/VM
// PJA - Lusa
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