Correio
do Brasil, São Paulo
O
comitê de campanha do candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves,
acordou de prontidão, nesta quarta-feira, após a divulgação dos primeiros
resultados das pesquisas com o ingresso da candidata do PSB, Marina Silva, na
corrida eleitoral. A ex-senadora tira votos da presidenta Dilma Rousseff, sim,
mas o maior estrago acontece no eleitorado de Neves, segundo análise do tracking diário,
encomendado pela campanha tucana e vazado para um diário da mídia conservadora.
A
ex-senadora, com 21% das intenções de voto no Datafolha, frente aos 20% do
tucano, estreou bem em
Minas Gerais , reduto político tucano, além de São Paulo,
maior colégio eleitoral do Brasil e joia da coroa de Neves. Apesar de ainda
considerarem o cenário incipiente, analistas observam que esse movimento não se
encerrou ainda e tende a se cristalizar na estreia de Marina nos programas do
horário político.
Nesta
manhã, o PSB estreou a chapa presidencial com a ex-senadora Marina Silva como
candidata à Presidência da República e o deputado federal Beto Albuquerque
(PSB-RS) como vice. Marina era vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos,
morto na semana passada durante acidente aéreo. O anúncio informal ocorreu na
noite passada, em pronunciamento do presidente do PSB, Roberto Amaral, no
Recife, seguido por uma nota do partido sobre a decisão oficializada na reunião
da Executiva Nacional da legenda, nesta tarde.
“(O
PSB) entende que a melhor opção partidária na triste circunstância imposta pela
tragédia, é para o PSB e para a coligação Unidos pelo Brasil convidar os
companheiros Marina Silva e Beto Albuquerque para liderar nossa chapa
presidencial. Desse pensamento partilha o PSB de Pernambuco”, acrescentou o
documento, ressaltando desse modo a importância da base política de Campos na
escolha”, afirmou a nota assinada por Amaral.
Segundo
turno
Em
linha com as pesquisas diárias dos tucanos, o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, um dos coordenadores de campanha da presidenta Dilma Rousseff à
reeleição, prevê que o segundo turno será mesmo contra a candidata Marina
Silva.
–
Minha opinião não é a mesma de alguns companheiros meus do partido e do
governo. Eu acho que a Marina vai ser mais forte que o Aécio (Neves,
candidato do PSDB). Acho que a tendência é se tiver segundo turno, e tudo
indica que vai ter segundo turno, vai ser com ela (Marina) – disse ele à
agência inglesa de notícias Reuters na noite passada.
Pesquisa
do Datafolha divulgada na madrugada de segunda-feira mostrou Dilma com 36% das
intenções de voto, seguida por Marina com 21% e Aécio com 20%. Apesar
de projetar esse cenário de disputa entre Dilma e Marina, o ministro afirmou
que é preciso esperar um pouco para ver que discurso o PSB adotará na campanha
e como Marina vai se comportar nos debates.
–
O (Eduardo) Giannetti, que é o candidato a ministro da Fazenda dela, está
dizendo que não tem diferença na área econômica entre ela e o Aécio. Acho que
isso é que vai com certeza definir o crescimento dela ou que ela míngue. Com
certeza o pessoal do Aécio está achando que ela não vai ter fôlego. O
importante é saber o que ela vai dizer – disse Bernardo.
Para
o ministro, Marina tem a vantagem em relação ao tucano por ter o ambiente de
comoção instalado por conta da morte de Campos e por representar a surpresa de
última hora na eleição. Além disso, Bernardo contesta a capacidade de Aécio de
apresentar propostas.
–
Ela tem esse fator surpresa. O Aécio ficou quatro anos no Senado e o que ele
fez nesse período? O que ele apresentou? Não mostrou nada – avalia Bernardo,
que admite enfrentar, doravante, uma campanha “muito dura”.
Na
foto: Dilma e Marina já se enfrentaram, na campanha presidencial de 2010
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