O
Bastonário da Ordem dos Enfermeiros ficou “impressionado” com a falta de
profissionais no Hospital de Santa Maria, mas a seu ver, este não é um problema
exclusivo desta unidade. Ao i, Germano Couto defende que é preciso fazer com
que os enfermeiros fiquem em Portugal, sob a pena serem formados “enfermeiros
para apetrechar serviços de saúde de outros países”.
“Há
limites para tudo e os enfermeiros consideram que chega de brincar com a sua
profissão e com os doentes”. É com estas palavras que o Bastonário da Ordem dos
Enfermeiros revela, em declarações ao i, que ficou “impressionado” com a falta
de profissionais da área.
A
sobrecarga de horário de trabalho é um risco, defende, e é algo que não se
passa apenas no Hospital de Santa Maria. Para Germano Couto, em Viseu e em São José e em São Francisco de
Xavier verificam-se também “cargas horárias excessivas”.
“Os
enfermeiros são obrigados a seguir turno e a fazer 16 a 18 horas por dia porque
não têm quem os substitua”, critica.
Germano
Couto destaca, ainda, que alguns profissionais chegam a fazer “70 e 80” horas por semana, o que,
aliado ao cansaço, aumenta a probabilidade de erro.
“Isto
é um perigo: têm mais doentes atribuídos por turno do que é suposto, o que aumenta
o risco de erro, também por exaustão”, diz, frisando que “há um estudo que
demonstra que, por cada doente atribuído a mais a um enfermeiro, o risco de
mortalidade aumenta 7%”.
Para
o Bastonário um dos principais problemas está em não se segurar os enfermeiros
que se licenciam. “Formam-se 3.500 enfermeiros por ano e 90% emigram. Estamos a
formar enfermeiros para apetrechar os serviços de saúde de outros países”.
Ao
i, Germano Couto diz ainda que muitos enfermeiros emigram por uma questão de
“reconhecimento”. “Temos enfermeiros especialistas que vão para o estrangeiro
receber 5 a
10 mil euros por mês. Se fossem reconhecidos em Portugal e não tivessem de
deixar a família, nem precisariam de valores desta ordem”, conclui.
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