Macau,
China, 30 ago (Lusa) -- A Universidade de São José (USJ) vai organizar, em
outubro, uma conferência internacional sobre o "fenómeno" da
Lusofonia, com especial incidência sobre a realidade de Macau.
A
iniciativa, a ter lugar a 22 e 23 de outubro, parte da "caixinha" da
língua para um debate do qual se espera "um diálogo vivo", disse à
agência Lusa a coordenadora da conferência, Vera Borges.
Sob
o título "Entre a desmistificação e a utopia: Indagação sobre as
lusofonias", a conferência, dividida em quatro grandes painéis, vai reunir
académicos oriundos de Macau, Portugal, Coreia do Sul e Estados Unidos.
"Queremos
partir da consideração das questões da língua e pensar em conjunto. Fala-se
muito de Macau como um espaço multicultural, queremos ver como se articulam as
relações entre as várias comunidades", realçou a professora Vera Borges.
"Este
debate que queremos continuar sobre a Lusofonia, a solicitar desmistificações,
reerguendo propostas e respostas no contumaz plano da utopia, chama ao diálogo
perspetivas múltiplas, pontos vários de observação", refere-se no texto de
apresentação do evento.
O
percurso da conferência far-se-á, segundo os organizadores, pela análise das
dimensões antropológica, sociológica, literária, pelo equacionar das políticas
de língua, a sondagem de ritmos e imagens. No final dar-se-á voz a testemunhos
sobre a experiência -- vital, em várias aceções -- da lusofonia em Macau.
De
acordo com Vera Borges, a iniciativa visa dar continuidade a um ciclo iniciado
com a conferência "A Lusofonia entre Encruzilhadas culturais",
organizada pela USJ em fevereiro de 2011, embora incidindo mais na língua como
ponto de partida.
O
evento abre com Maria Vitalina Leal de Matos, professora catedrática jubilada
da Universidade de Lisboa e da Universidade Católica Portuguesa, a debruçar-se
sobre "O mito de Camões".
Segue-se
o primeiro painel sobre política da Lusofonia e as políticas da Língua, o qual
juntará à mesma mesa a diretora do Departamento de Português da Universidade de
Macau, Fernanda Gil Costa, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da
Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, Carlos André, e o diretor
do Instituto Português do Oriente (IPOR), João Laurentino Neves.
Já
a análise aos conceitos, contextos, história e estratégias será efetuada, numa
primeira parte, por um trio de académicas: Cathryn Clayton, professora
associada do Centro para Estudos Chineses da Universidade do Havai (EUA),
Emilie Tran, docente da Faculdade de Administração e Liderança da USJ e
Inocência Mata, professora associada do Departamento de Português da
Universidade de Macau.
A
segunda parte do debate terá como oradores o professor catedrático do
Departamento de História da Universidade de Macau, Vasconcelos Saldanha, e
Manuel Afonso Costa, da mesma instituição de ensino, bem como Vítor Teixeira,
professor da Faculdade de Humanidades e da de Indústrias Criativas da USJ.
Os
mitos e ideologias nas representações literárias ficarão a cargo de Yao Jing
Ming, professor da Universidade de Macau, e das professoras Vera Borges e
Isabel Morais, ambas da USJ, bem como, numa segunda parte, de Maria João
Amaral, da Universidade Hankuk, da Coreia do Sul, e de Margarida Conde e Ana
Vairinhos, ambas leitoras da USJ.
O
quarto e último painel versando testemunhos sobre a lusofonia em Macau contará
com a presença de Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de
Macau, Anabela Ritchie, membro honorário da Fundação Católica de Ensino
Superior Universitário, Amélia António, presidente da Casa de Portugal, Humberto
Évora, presidente da Associação de Divulgação da Cultura Cabo-verdiana, e de
Carlos Frota, professor da USJ.
DM
// EL - Lusa
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