Autarca
de Évora diz ser "inaceitável" falha da VMER
O
presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, considerou hoje
"absolutamente inqualificável e inaceitável" a inoperacionalidade da
Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do hospital da cidade,
sobretudo quando a situação se "repete regularmente".
"Já
tomámos uma posição firme sobre esta matéria, denunciando uma situação que é
absolutamente inqualificável e inaceitável, sobretudo quando se repete
regularmente", afirmou o autarca comunista, em declarações à agência Lusa.
A
VMER de Évora estava inoperacional na passada terça-feira, por falta de
recursos humanos, quando foi chamada a socorrer um doente em paragem
cardiorrespiratória, que acabou por morrer. Para Carlos Pinto de Sá, "não
é admissível que a VMER, que serve exatamente para casos de emergência, não
esteja em condições operacionais para responder a esses casos".
Segundo
o autarca, a situação "decorre pura e simplesmente de políticas que têm em
vista cortes orçamentais".
"Se
o problema não for resolvido, vai continuar a repetir-se, o que é lamentável,
para além de ser um atentado aos direitos dos cidadãos", alertou.
Além
de um processo de averiguações aberto pela Administração Regional de Saúde
(ARS) do Alentejo, também a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está
a investigar o caso, adiantou à Lusa fonte do Ministério da Saúde.
Este
é o terceiro caso conhecido, em menos de um ano e envolvendo vítimas mortais,
em que a VMER de Évora está indisponível para uma situação de emergência,
depois de, em abril deste ano, não ter participado no socorro a dois homens que
sofreram um acidente, perto de Reguengos de Monsaraz, e que acabaram por
morrer.
Também
no dia 25 de dezembro de 2013,
a VMER estava inoperacional quando um acidente na
Estrada Nacional (EN) 114, entre Évora e Montemor-o-Novo, que envolveu dois
automóveis e um cavalo, provocou quatro mortos e quatro feridos graves.
No
caso de terça-feira, fonte do hospital de Évora indicou à Lusa que "não
tendo sido possível garantir a operacionalidade" da VMER, "o
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi informado para que pudesse
ativar os outros meios disponíveis na área".
A
mesma fonte garantiu que a unidade hospitalar "tem feito, até à data,
todos os esforços" para "completar todos os turnos e garantir a maior
operacionalidade possível da VMER".
João
Caraça, adjunto do comando dos Bombeiros de Évora, explicou à Lusa que a
corporação foi solicitada, na terça-feira de manhã, para "uma paragem
cardiorrespiratória, num bairro limítrofe da cidade".
"Ao
chegarmos ao local, verificámos que era de facto uma paragem
cardiorrespiratória e pedimos apoio diferenciado, mas o Centro de Orientação de
Doentes Urgentes (CODU) informou-nos que iniciássemos manobras e que
transportássemos a vítima para o hospital", referiu.
O
responsável adiantou que elementos da corporação transportaram o homem de 64
anos em paragem cardiorrespiratória "até ao hospital em manobras" e
que, passado algum tempo, foram "informados que a vítima tinha
falecido".
*Título
PG
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