Convocada
por Bolsonaro, Constantino e Lobão, marcha pelo impeachment de Dilma foi
marcada por confrontos entre diferentes grupos de direita e público aquém do
esperado. Expectativa dos organizadores era de reunir até 150 mil pessoas
Pragmatismo
Político
Foi
aquém do esperado o alcance do protesto que pediu o impeachment da presidente
Dilma Rousseff, em São Paulo ,
na avenida Paulista. Manifestantes gritaram palavras de ordem e empunharam
cartazes com mensagens como “Fora Dilma”, “Lula, a PF está chegando” e “Collor
e Nixon caíram por muito menos”.
A
manifestação, no entanto, foi marcada pela divergência de ideias, uma vez que
as pautas estavam divididas entre os participantes. Um carro de som puxava
gritos de guerra pedindo um golpe militar no Brasil, enquanto outro carro
afirmava ser contra a ideia e a favor ‘apenas’ do impeachment de Dilma.
Segundo
a Polícia Militar, 2.500 pessoas se concentraram na avenida Paulista e cerca de
1.000 seguiram até a praça da Sé. A PM havia estimado anteriormente a presença
de 6.000 pessoas, mas a assessoria de imprensa da corporação refez a
estimativa. Organizadores falavam em expectativa de até 150 mil manifestantes
antes do ato.
Lobão
O
cantor Lobão, que chegou a dizer que deixaria o Brasil caso Dilma Rousseff
fosse reeleita, mas depois voltou atrás, relatou em seu perfil oficial no
Twitter que foi à manifestação. No entanto, ele afirma que deixou o vão do
Masp, ponto de encontro do ato, após se deparar com dizeres pedindo intervenção
militar.
“Tô
fora! Não sou moleque, nem o povo brasileiro! Gente, não compactuem com essa
imoralidade!”, disse. “Estou aqui nos arredores da Paulista aguardando alguma
notícia para retornar, mas estão distribuindo panfletos com SOS Forças
Armadas”.
O
músico também relatou “um monte de gente indo embora desapontadíssima com essa
invasão de cretinos da extrema direita (…) Esses cretinos pedindo por
intervenção militar são verdadeiros usurpadores da vontade do povo!”
Aloysio
Nunes e Bolsonaros
O
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi candidato à vice-presidência na chapa
de Aécio Neves, participou do evento. Segundo o tucano, o protesto “é uma
oportunidade da população protestar contra os recentes escândalos da
Petrobras”.
O
deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por posições homofóbicas, e
o filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) acompanharam a manifestação em um dos cinco
carros de som que andaram no sentido da avenida Brigadeiro Luis Antônio.
O
protesto teve também o apoio de expoentes da nova direita brasileira, como o
colunista da revista Veja Rodrigo Constantino e Danilo Gentili, apresentador do
SBT.
Manifestação
de quinta-feira
Na
última quinta-feira (13), uma manifestação maior foi realizada na Avenida Paulista.
Mesmo de baixo de forte chuva, cerca de 12 mil pessoas, de acordo com
estimativas da PM, pediram reformas populares, como a urbana, tributária e a
política, além de protestaram contra os pedidos de intervenção militar
aclamados pelas passeatas organizadas por grupos conservadores.
Na
foto: Marcha pelo impeachment de Dilma é marcada por divergências entre
manifestantes. Grupos pediram intervenção militar (Foto:Eduardo Enomoto/R7)
Sem comentários:
Enviar um comentário